Bioeconomia e política: os desafios entrelaçados de Rondônia

O panorama político e socioeconômico de Rondônia aponta para a bioeconomia como um vetor de transformação e oportunidade para reverter quadros de estagnação econômica. A eficácia deste modelo, no entanto, está intrinsecamente atrelada à resolução de desafios basilares. Ainda que a corrupção e a má gestão pública se apresentem como obstáculos ao progresso infraestrutural, é a pobreza que tem mostrado sua face mais desafiadora, sob uma conjuntura global que afeta diretamente a dinâmica interna do país. Nesse sentido, a Argentina emerge como exemplo de intervenção unilateral capaz de influenciar o terreno brasileiro.

Na visão de Judson Ferreira Valentim, cientista da Embrapa, não é possível conceber a proteção da floresta sem antes lidar com a pobreza amazônica. A assertiva vai além de velhas fórmulas de crescimento econômico, propondo uma inversão de lógica que coloca a melhoria da condição social como precursora da valorização e riqueza florestal.

Essa reversão é crucial em localidades como Coari, no Amazonas, rotulada como ‘Dubai brasileira’ devido à sua abastança petrolífera. Apesar dos recursos, a biodiversidade local convive com marcada pobreza, delineando uma urgente necessidade de sustentabilidade e progresso distributivo.

A política eleitoral de Rondônia, particularmente a da capital Porto Velho, traz exemplos de viradas inesperadas, demonstrando que cenários eleitorais podem se alterar drasticamente, desafiando previsões e pesquisas. Foi assim com figuras políticas que emergiram de patamares praticamente nulos a posições de mando, refletindo a dinâmica imprevisível da preferência eleitoral na região.

Por sua vez, as pesquisas de intenção de voto, previstas para janeiro, devem abordar com cautela e precisão as nuances do eleitorado, incluindo segmentos como o evangélico e o GLBT, além do impacto político do atual desgaste do governador no suporte a potenciais candidatos. Em Porto Velho, há uma tendência à escolha de candidatos alternativos, mesmo em oposição ao apoio dos governadores, mesmo aqueles que desfrutam de grande prestígio.

A busca por veracidade nas pesquisas eleitorais amplifica-se no contexto das eleições para vereadores, que trazem desafios acentuados pela diversidade e segmentação do eleitorado. O microcosmo urbano mistura nomes influentes em determinadas regiões com o anonimato em outras, propondo intrincados cálculos para quem busca representatividade nos marcos legislativos locais.

Na esfera dos crimes urbanos, Porto Velho registra uma escalada de violência que confirma a necessidade de políticas de segurança mais robustas. Enquanto isso, a cidade se prepara para as festividades do aniversário de Rondônia, ressaltando o espírito de celebração que coexiste com os desafios políticos e socioeconômicos contemporâneos.


Fonte: https://www.diariodaamazonia.com.br/em-rondonia-os-ultimos-serao-os-primeiros/

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