Habilidades essenciais para a expansão da bioeconomia

À medida que a bioeconomia expande, novas cadeias de valor e negócios emergem, demandando perfis de habilidades específicas. Embora as inovações em laboratório sejam essenciais, a necessidade de profissionais não se limita aos cientistas.

A produção de matérias-primas sustentáveis será crucial para a expansão da bioeconomia. A biomassa industrialmente útil deve crescer, com um movimento em direção ao uso de resíduos alimentares em vez de culturas menos sustentáveis. As práticas agrícolas e florestais empregadas na produção inicial influenciam significativamente a pegada de carbono e os impactos ambientais dos produtos biobaseados.

Adotar métodos agrícolas sustentáveis exige conhecimento aprofundado em gestão de solo e restauração de terras degradadas. A transição para essas práticas demanda suporte financeiro e treinamento intensivo para os agricultores. Políticas públicas são necessárias para incentivar a compra de produtos provenientes de fontes sustentáveis e estabelecer um sistema de subsídios eficaz.

As habilidades profissionais na cadeia de fornecimento biobaseada geralmente são adquiridas na prática, mas programas de formação profissional focados na sustentabilidade da bioeconomia, como os desenvolvidos na região Basca, mostram-se promissores. Tais programas cobrem desde alimentos sustentáveis até bioengenharia e construção sustentável.

A criação de empregos na bioeconomia tende a ser mais alta nos cenários que assumem elevados níveis de sustentabilidade, com destaque para funções ligadas ao monitoramento de colheitas, restauração de terras e estabilização do solo.

Os biclusters rurais, onde indústrias de processamento se agrupam em torno de centros de produção agrícola e florestal, podem impulsionar a geração de empregos. Nestas áreas, novos conhecimentos em conversão primária e secundária, química verde e engenharia se tornarão vitais. Além disso, o domínio do mercado de produtos químicos verdes e a valorização dos resíduos agrícolas ganharão importância.

Comercializar novos processos e materiais biobaseados exige que os cientistas compreendam não apenas suas disciplinas, mas também aspectos econômicos. Programas de mestrado que abrangem bioeconomia, como os oferecidos na Alemanha e na Itália, são exemplares ao integrar uma ampla gama de competências, desde o conteúdo técnico até desafios sociais, políticos e econômicos.

A biorefinaria, núcleo da bioeconomia, transforma biomassa em produtos químicos verdes diferenciados. Este setor demanda uma força de trabalho altamente educada em microbiologia, bioquímica e engenharia industrial. Profissionais como engenheiros mecânicos e analistas de negócios desempenham papéis cruciais nesse processo.

A logística também é essencial para o funcionamento da bioeconomia, com exigências específicas em maquinário, energia e transporte. Educadores serão essenciais para treinar ou reciclar trabalhadores para as novas funções demandadas pelas cadeias de valor biobaseadas.

Uma economia circular requer habilidades em projetos sustentáveis e modelos de negócio inovadores, como leasing ou compartilhamento. A gestão de dados terá um papel central, fornecendo suporte para desenhar cadeias de suprimento mais circulares.

Para garantir uma transição justa, programas de treinamento extensivos serão necessários para mitigar os impactos sociais. Exemplos como os Conselhos de Segurança no Emprego da Suécia mostram-se úteis, proporcionando aconselhamento e capacitação para trabalhadores afetados pela deslocalização do emprego.

Monitorar e antecipar as habilidades necessárias em uma economia em mudança é fundamental. Na França, o Observatório Nacional para Empregos Verdes e Competências fornece dados para guiar a política do mercado de trabalho, mostrando como a bioeconomia pode gerar empregos significativos e bem remunerados em setores mais sustentáveis.


Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/what-skills-does-the-bioeconomy-need/

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