A transição para uma economia circular se coloca como uma necessidade urgente para a Grécia, conforme destaca um recente relatório. O modelo, que busca maximizar a eficiência dos recursos e minimizar o desperdício, está alinhado com as tendências globais de sustentabilidade e oferece benefícios econômicos, sociais e ambientais significativos. A riqueza dos recursos naturais gregos, aliada a uma força de trabalho científica capacitada e a tradições técnicas robustas, apresenta uma base sólida para a implementação desta abordagem inovadora.
Adoção desse modelo econômico demanda uma profunda transformação do tradicional sistema linear de desenvolvimento. As pequenas e médias empresas (PMEs), que constituem a espinha dorsal da economia grega, têm muito a ganhar com a transição para a economia circular. Entre os ganhos potenciais, destacam-se a criação de empregos locais, inclusão social e fomento à inovação tecnológica. Além disso, a adoção de práticas circulares reduz a dependência de matérias-primas importadas, diminui as emissões de gases de efeito estufa e agrega valor aos investimentos.
A Estratégia Nacional da Grécia para a Economia Circular está pautada em três pilares essenciais: gestão sustentável de recursos, empreendedorismo circular e consumo circular. A gestão sustentável de recursos visa melhorar a eficiência, reavaliar as cadeias de valor e otimizar a gestão de resíduos, destacando-se iniciativas como a reutilização da água e a renovação de edifícios. Já o empreendedorismo circular enfatiza o ecodesign, a durabilidade dos produtos e a reutilização, podendo alterar profundamente o ambiente de negócios grego.
Em termos regionais, o status da economia circular na Grécia varia. O relatório da Comissão Europeia salientou que, mesmo com a integração dos princípios da bioeconomia em várias estratégias nacionais, ainda não há uma estratégia bioeconômica dedicada no país. A região da Macedônia Central e Creta se destacam com planos de ação voltados para a promoção da economia circular, com Creta também integrando a bioeconomia em suas estratégias de especialização inteligente.
No entanto, a transição enfrenta desafios, como a ausência de marcos regulatórios claros para a declassificação de resíduos e a definição de critérios de qualidade para produtos circulares. Além disso, há uma falha frequente nas empresas em comunicar os benefícios ambientais dos produtos circulares aos consumidores, perdendo oportunidades de valorizar o mercado.
O arcabouço regulatório da Grécia sustenta práticas de eficiência de recursos e de baixo carbono através de iniciativas como a Estratégia Nacional para a Economia Circular de 2018 e leis de energia renovável. Apesar das demonstrações de compromisso com a sustentabilidade, os esforços permanecem fragmentados. Assim, a execução efetiva de uma estratégia bioeconômica nacional, combinada com a colaboração regional, será crucial para que a Grécia aproveite todo o potencial dos modelos circulares e bioeconômicos.
De acordo com o relatório, a aposta em uma estratégia nacional coerente e a colaboração entre as regiões serão fatores críticos para transformar a economia linear da Grécia em um modelo circular e sustentável, assegurando competitividade no futuro.