Finanças sustentáveis: desafios e oportunidades de investimento em baixo carbono

O Brasil está diante de um momento decisivo na transição para uma economia de baixo carbono. Possuindo uma matriz energética predominantemente renovável e biomas de valor inestimável como a Floresta Amazônica, o país apresenta uma combinação auspiciosa de fatores que podem favorecer um protagonismo na agenda climática global. Este relato, fruto de uma pesquisa minuciosa realizada por Deloitte e AYA Earth Partners, oferece um olhar detalhado sobre os desafios e as possibilidades que permeiam o contexto brasileiro de finanças sustentáveis, destacando a importância de uma nova consciência empresarial e políticas públicas estruturadas que direcionem o Brasil a uma economia sustentável e competitiva no cenário internacional.

Para atingir esse potencial, é imprescindível que haja uma ampliação no conhecimento e no acesso aos instrumentos financeiros direcionados à transição verde. Investidores e empresas estão cada vez mais conscientes da crise climática e buscando alinhar seus negócios às demandas por sustentabilidade. Entretanto, apenas uma pequena fração já opera com planos de descarbonização ou estratégias de net zero. As perspectivas para soluções inovadoras como o hidrogênio verde, a bioenergia e as agtechs apontam para um campo fértil de desenvolvimento, mas ainda circundado por obstáculos que vão desde questões regulatórias até a necessidade de investimentos a longo prazo, conhecido como ‘capital paciente’.

A adoção de uma taxonomia sustentável brasileira, o fomento a um mercado regulado de carbono e a realocação de recursos para a inovação tecnológica em setores-chave são ações urgentes para viabilizar investimentos que possam transformar a economia brasileira. A jornada é longa e requer ajuste das expectativas dos investidores para olhar além do imediatismo, reconhecendo os benefícios de longo prazo e as oportunidades para fortalecer e projetar a economia brasileira no contexto global.

Este estudo mostra que estamos em um ponto de inflexão, onde a colaboração e o trabalho conjunto de todos os agentes no ecossistema de baixo carbono são cruciais. O Brasil detém todas as cartas para liderar a transição verde, mas para efetivar seu papel como potência climática é preciso estabelecer rotas claras, promover iniciativas e engajamento em todos os níveis, capitalizando assim suas vantagens ambientais de forma sustentável e lucrativa.

Fonte: Deloitte; AYA Earth Partners. “Finanças sustentáveis: Desafios e oportunidades de investimento em baixo carbono”. Novembro de 2023.

Compartilhar