Em parceria com o CNPq, Iniciativa Amazônia+10 lança a Chamada Expedições Científicas.

A Iniciativa Amazônia+10 e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deram início a uma nova fase em prol do conhecimento científico da Amazônia com a Chamada Expedições Científicas. Com um financiamento disponível de R$ 59,2 milhões, esta chamada busca expandir as pesquisas na sociobiodiversidade de áreas da maior floresta tropical do mundo que ainda são pouco exploradas. Os interessados têm até 29 de abril de 2024 para submeter suas propostas.

Este movimento pioneiro é encabeçado também pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti). Um dos aspectos mais significativos desta empreitada é a harmonização entre pesquisadores locais e de outras regiões do Brasil, destacando a importância da cooperação multidisciplinar e interinstitucional para o avanço científico e a sustentabilidade da Amazônia, como enfatiza Ricardo Galvão, presidente do CNPq.

Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, enaltece a contribuição anterior dos pesquisadores paulistas e antevê a chamada atual como uma expansão ainda maior da pesquisa colaborativa. Além disso, para Odir Dellagostin, presidente do Confap, a chamada é um sinal de compromisso não apenas regional, mas de alcance global. Já Márcia Perales, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), ressalta que o projeto é resultado de um esforço conjunto que valoriza a visão e participação dos próprios amazônidas.

A Chamada Expedições Científicas tem como um dos critérios que os projetos sejam apresentados por pesquisadores de pelo menos dois dos 19 estados que aderiram, incluindo obrigatoriamente um da Amazônia Legal. Além disso, existe a valorização da inclusão dos conhecimentos tradicionais, pois cada equipe deve contar com a participação ativa de um membro dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais (PIQCT). Os estudos selecionados poderão receber um financiamento mínimo de R$ 400 mil, sem um teto máximo estabelecido, ao longo de 36 meses de expedição.

Abordando uma lacuna vital na compreensão das vastas, porém elusivas, riquezas da Amazônia, a chamada atende a uma necessidade de pesquisa tanto geográfica, alcançando áreas remotas e pouco acessadas da floresta, quanto taxonômica, com foco em grupos pouco estudados como fungos e bactérias, como detalhado por Carlos Américo Pacheco, da FAPESP.

Os projetos terão não só um impacto significativo no conhecimento científico e cultural, mas também visam fornecer subsídios para políticas públicas e estratégias de desenvolvimento sustentável na região. Com a revelação dos resultados prevista para agosto de 2024, e mais informações disponíveis em www.amazoniamaisdez.org.br/chamadas, a Iniciativa Amazônia+10 demonstra sua vocação não apenas para a ciência, mas para a integração de esforços que atendam às peculiaridades e às grandes questões ambientais e sociais da selva amazônica.


Fonte: https://agencia.fapesp.br/em-parceria-com-o-cnpq-iniciativa-amazonia10-lanca-a-chamada-expedicoes-cientificas/50250

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