Estudo analisa cadeia de valor do carvalho coreano e propõe avanços para bioeconomia florestal

Um estudo recente realizado na Coreia do Sul analisou a cadeia de valor da madeira de carvalho doméstico (Quercus mongolica) com o objetivo de identificar formas mais eficientes de uso, ampliar o aproveitamento de subprodutos e promover uma transição mais efetiva para sistemas baseados em bioeconomia florestal. O foco recaiu não apenas sobre o aumento da competitividade econômica da madeira nacional, mas também sobre o potencial de armazenamento de carbono em produtos de longa vida útil.

Para compreender o ciclo completo da madeira de carvalho, os pesquisadores visitaram fábricas de MDF (painel de fibra de média densidade) e outras empresas que trabalham com esse recurso local. A análise buscou entender o tamanho, qualidade e aproveitamento econômico dos produtos extraídos em cada etapa, além de mapear com precisão o destino dos resíduos gerados. Este levantamento foi essencial para identificar gargalos e oportunidades de aplicação mais ampla desses materiais.

Dentre os usos avaliados, destacou-se a produção de tábuas para piso a partir de secagem a vácuo de alta frequência. Esta técnica permite transformar a madeira em um produto de valor agregado superior e com maior durabilidade, o que contribui para a retenção de carbono na forma de biomassa incorporada aos edifícios — uma estratégia alinhada aos esforços globais de mitigação das mudanças climáticas.

O estudo também avaliou cenários alternativos para o aproveitamento da madeira e seus subprodutos sob a perspectiva econômica e ambiental. Os autores indicam que, sob certas condições, é possível redirecionar resíduos atualmente descartados para novos produtos ou processos que mantenham sua função estrutural ou energética por mais tempo. Isso pode se traduzir em ganhos em escala tanto para o setor industrial quanto para a conservação de recursos naturais.

Em termos econômicos, a análise demonstrou que o valor da madeira pode ser significativamente ampliado com a melhoria das tecnologias de processamento e com o redesenho do sistema de distribuição. Há potencial para um aumento substancial da competitividade dos produtos madeireiros nacionais, desde que haja investimentos em inovação tecnológica e aprimoramento logístico.

Entre as sugestões apresentadas estão o desenvolvimento de tecnologias que maximizem o valor agregado dos produtos derivados da madeira doméstica e uma maior atenção à cadeia de distribuição, priorizando eficiência e rastreabilidade. O estudo também incentiva o fortalecimento da coleta e comercialização de subprodutos, o que pode abrir novos nichos de mercado e reduzir perdas atuais.

Embora o estudo seja focado no contexto sul-coreano, suas conclusões indicam caminhos possíveis para outras economias florestais enfrentarem desafios semelhantes. A combinação de inovação processual, uso de tecnologias de secagem avançadas e integração da lógica de produtos de longa duração representa um modelo possível para ampliar o papel da indústria madeireira na bioeconomia circular.

Além disso, os pesquisadores reforçam que a adoção de sistemas integrados de manejo e utilização pode favorecer a criação de valor com menor impacto ambiental. Ao prolongar a vida útil dos produtos provenientes da floresta, há um duplo benefício: incremento econômico e conservação de carbono, com implicações significativas para políticas públicas e estratégias industriais sustentáveis.

A pesquisa destaca também o papel do setor industrial na transformação dos recursos naturais em peças centrais de uma economia mais eficiente e ambientalmente consciente. O fortalecimento da bioeconomia florestal não se limita à exploração madeireira, mas envolve toda a engenharia de uso e reaproveitamento que acompanha o ciclo de vida da matéria-prima.

Fonte: Value chain analysis of domestic oak wood processing in the Republic of Korea

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