Empresas de biotecnologia utilizam biomimética para avanços no desenvolvimento de medicamentos

A biomimética está a caminho de revolucionar o desenvolvimento de medicamentos, com várias empresas biotecnológicas aproveitando a sabedoria da natureza para criar tratamentos inovadores para diversas condições de saúde. Dentro desse cenário, temos empresas que se inspiram em plantas e animais para descobrir novos alvos terapêuticos e desenvolver medicamentos que imitam esses mecanismos protetores naturais para beneficiar a saúde humana.

Um exemplo é a empresa Bioxodes, responsável pelo desenvolvimento do BIOX-101, um candidato a medicamento para a prevenção de trombose e neuroinflamação em pacientes com hemorragia intracerebral espontânea. A partir do estudo da saliva de um carrapato, a empresa identificou vários componentes que reduzem a inflamação e a coagulação sanguínea sem causar hemorragias adicionais. Este medicamento já está em teste na fase 2 de estudos clínicos, com resultados preliminares esperados para o final de 2024.

A Celtic Biotech também aposta na biomimética, utilizando venenos de cobra para criar tratamentos focados no câncer. O candidato mais promissor da empresa, CB-24, foi isolado do veneno da cascavel sul-americana Crotalus durissus terrificus e está sendo testado em ensaios clínicos de fase 1. Este tratamento visa especificamente células tumorais, evitando as células saudáveis e, potencialmente, oferece uma opção menos tóxica e mais eficaz do que os tratamentos existentes.

Outra atuação se dá através da ExeVir, que desenvolve terapias derivadas de nanocorpos de lhama para o combate a doenças infecciosas. O destaque da companhia é o XVR011, que passou por estudos de fase 1a e 1b e está sendo desenvolvido para oferecer proteção abrangente contra variantes da COVID-19 e outros coronavírus semelhantes. A seu favor, a ExeVir conta com um financiamento significativo do Banco Europeu de Investimento para continuar ampliando suas pesquisas.

Fauna Bio utiliza uma abordagem inovadora, comparando genomas de diversos mamíferos para descobrir padrões de mutações que são cruciais para a sobrevivência. A empresa está trabalhando em colaboração estratégica com a Eli Lilly, focando na descoberta de alvos de medicamentos para doenças como a obesidade, com um acordo de colaboração avaliado em até 494 milhões de dólares.

Isogenica se destaca no uso de bibliotecas sintéticas para a descoberta de novos anticorpos, oferecendo flexibilidade e robustez em várias aplicações terapêuticas e diagnósticas. A empresa tem acordos colaborativos com gigantes farmacêuticas, como AstraZeneca, para a descoberta de peptídeos ativos biologicamente contra alvos específicos.

Soricimed, estabelecida após a descoberta de uma família única de peptídeos para tratamento anti-cancerígeno, está desenvolvendo o SOR-C13. Este medicamento, que se liga seletivamente ao canal de cálcio TRPV6 superexpressado em tumores malignos, é atualmente estudado em um ensaio clínico de fase 1b, possuindo o status de medicamento órfão para o tratamento de cânceres pancreáticos e ovarianos.

Estas empresas exemplificam um movimento crescente na biotecnologia, onde a biomimética está emergindo como um campo promissor, alavancando ferramentas modernas para a descoberta de compostos animais com potencial médico. Este cenário sugere um futuro de terapias emocionantes derivadas da natureza, com um número crescente de empresas apostando em técnicas de biomimética para desenvolver candidatos a medicamentos.


Fonte: https://www.labiotech.eu/best-biotech/biomimicry-companies-drug-development/

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