Economia do futuro: Seis razões para ver o copo meio cheio

A bioeconomia representa um setor em expansão e de fundamental importância para o futuro do nosso planeta, balizando-se em práticas sustentáveis e na busca por inovações que reverberem positivamente nos sistemas ambientais, sociais e econômicos globais. Em uma detalhada opinião publicada no Reset, Marco Gorini destila o otimismo, elencando seis razões que devemos encarar para ver o copo “meio cheio” em relação ao futuro da economia. Estamos em um ponto de inflexão onde a resistência e a postergação não são mais opções viáveis — as mudanças são necessárias e urgentes.

O desafio sistêmico imposto pelo século 21 requer a garantia de direitos humanos enquanto se protege os sistemas planetários. Esse chamado para uma economia regenerativa e distributiva está cristalizado na Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e no Acordo de Paris. A inovação apresenta-se como o pilar central dessa transformação, sem a qual repetiríamos os erros que nos conduziram à crise atual.

No enquadramento de Gorini, a velocidade da mudança é crucial e a lentidão até agora observada, que poderia deslocar a meta da Agenda 2030 para 2100, sinaliza que as lideranças globais optaram pela perspectiva do “copo vazio”. No entanto, a crescente sensação de turbulência nos sugere que não podemos esperar por uma elevação de consciência e devemos focar em ações concretas e imediatas.

O autor aborda um “tsunami normativo” que sinaliza um aumento na regulação e autorregulação, impondo penalidades para os agentes econômicos que desconsideram a sustentabilidade. Alguns exemplos são o SFDR, CSRD, CSDDD, entre outros. Há também um movimento para a padronização das métricas de impacto, exemplificado pelo Value Reporting Foundation e o ISSB.

Além disso, novos paradigmas econômicos estão emergindo que transcendem a mera mitigação de impacto, em direção à geração de impacto positivo. As novas gerações, agora economicamente empoderadas, estão chegando ao mercado com uma consciência maior sobre o papel ambiental e social das marcas, escolhendo apoiar aquelas que se alinham aos seus valores.

O comportamento de investimento consciente e produtos financeiros está sendo moldado pela demanda por impacto positivo e ESG, e a convergência das ações entre atores públicos, sociais e privados está se mostrando essencial na construção de alianças estratégicas para responder à complexidade dos desafios presentes.

Marco Gorini, investidor e empreendedor social, assume sua posição ao dedicar suas competências e energia na confluência entre empreendedorismo, inovação, finanças e impacto positivo. Para ele, o percurso atual nos coloca na direção correta, ainda que a velocidade deixe a desejar. E conclui apontando a importância de cada escolha individual como forma de aceleração desta transição que é imperativa para o bem estar coletivo e planetário.


Fonte: https://capitalreset.uol.com.br/opiniao/seis-razoes-para-enxergar-o-copo-meio-cheio/

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