Uma jornada sustentável em direção à bioeconomia em crescimento na Irlanda está enfrentando desafios multifacetados e oportunidades emocionantes. O estudo em questão, originário da vibrante comunidade acadêmica da Irlanda, com foco no alinhamento de políticas em bioeconomia, oferece uma análise detalhada do estado das políticas regionais e dos mecanismos de transição para uma economia de baixo carbono em harmonia com as metas setoriais e as necessidades dos stakeholders. A pesquisa identificou barreiras e motores de coerência política, destacando a integração governamental fragmentada, defasagem entre regulamentação e inovação, além de lacunas de liderança em políticas de bioeconomia como desafios primordiais. A necessidade de ampliação de pessoal especializado em bioeconomia nas esferas decisórias e uma estratégia abrangente de bioeconomia foram salientadas como intervenções potenciais para abordar essas restrições.
Em sua abordagem, os pesquisadores entrevistaram uma série de formuladores e executores de políticas, buscando compreender suas perspectivas sobre os desafios e oportunidades no campo da bioeconomia. As entrevistas revelaram que, embora exista um reconhecimento da importância da bioeconomia, há barreiras significativas para uma abordagem política coerente. Entre estas barreiras, destacam-se a falta de compreensão intersectorial, divergências nas prioridades políticas e dificuldades na implementação de políticas integradas.
Entretanto, o estudo também identifica impulsionadores que podem facilitar a coerência política. Estes incluem o aumento da consciência sobre a importância da bioeconomia, a colaboração entre diversos setores e a implementação de políticas que reconheçam e integrem as várias facetas da bioeconomia.
A Irlanda, como um caso de estudo, oferece insights valiosos para outros países que buscam desenvolver suas próprias estratégias de bioeconomia. A pesquisa aponta para a necessidade de uma abordagem mais holística e integrada, que considere as interconexões entre diferentes setores e políticas. Tal abordagem é essencial para superar as barreiras existentes e aproveitar as oportunidades que a bioeconomia oferece para uma transição efetiva para uma economia de baixo carbono. Refletindo sobre o caso irlandês, torna-se claro que problemas semelhantes são encontrados globalmente, exigindo um esforço colaborativo e inovação contínua para ultrapassar esses obstáculos. Os autores do estudo recomendam pontos de intervenção que cortam transversalmente os vários desafios identificados, tais como aumentar os recursos de pessoal voltados à bioeconomia e desenvolver uma estratégia nacional abrangente que forneça orientação clara e apoio ao setor.
Contudo, há esperança com os avanços realizados, incluindo a melhoria nas estruturas para a colaboração inter-setorial, o sucesso de iniciativas de cluster e uma considerável coerência nas visões dos stakeholders para a bioeconomia irlandesa. As conclusões robustas deste estudo, portanto, não apenas informam a situação na Irlanda mas também servem como um guia para outros países na busca de uma abordagem mais coerente e integrada à bioeconomia.
Fonte: A. Pender, L. Kelleher, e E. O’Neill, “Policy coherence barriers and drivers: Perspectives from policy-makers and policy-takers in Ireland’s bioeconomy,” EFB Bioeconomy Journal, vol. 4, pp. 1-14, 2024. Disponível: http://doi.org/10.1016/j.efbioe.2024.100062