Desmatamento na Amazônia cai quase pela metade em 2023, enquanto Cerrado enfrenta aumento

Um marco no cenário ambiental brasileiro foi alcançado em 2023, conforme dados anunciados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, indicando uma redução significativa de 49,9% na área sob alertas de desmatamento na Amazônia em comparação ao ano anterior, segundo informações do sistema Deter-B do Inpe. Esta queda acentuada é o maior recuo anual desde o início da série histórica em 2015 e representa uma mudança significativa de direção após um período de quatro anos marcado por retrocessos.

O avanço rumo à preservação ambiental e à melhoria da qualidade climática é atribuído à retomada de políticas e ações de fiscalização, que também levaram a um aumento expressivo de 106% nos autos de infração do Ibama contra crimes relacionados à flora. As estratégias para alcançar tais resultados incluíram alterações nas regras do Conselho Monetário Nacional restritivas ao crédito rural em situações de irregulares ambientais e combate ao garimpo ilegal.

Medidas pró-ativas não se limitaram apenas à legislação e aplicação de penalidades. A gestão vigente também focou na expansão de Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs), somando pelo menos 1 milhão de hectares protegidos, prevalecendo no bioma Amazônico. O apoio internacional, exemplificado pela retomada das atividades do Fundo Amazônia com a projeção de novas doações que totalizam R$ 3,9 bilhões, reitera a confiança global nas novas políticas de preservação ambiental do Brasil.

O Cerrado, contudo, enfrentou um panorama distinto, com um aumento de 43,7% em alertas de desmatamento. As regiões mais afetadas situam-se no Matopiba, abrangendo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Em resposta, o governo implementou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), buscando replicar medidas bem-sucedidas em outros biomas e ajustar a concessão de créditos rurais para prevenir o desmatamento indiscriminado.

Essas dinâmicas divergentes entre Amazônia e Cerrado reforçam a necessidade de um monitoramento contínuo e de uma fiscalização eficaz. O governo federal, em colaboração com os estados que compõem o bioma do Cerrado, está em processo de fortalecer as condições e o monitoramento das autorizações de supressão de vegetação, visando aprimorar a diferenciação entre desmatamento legal e ilegal e aprimorar as correções das possíveis falhas nos processos de concessão das autorizações.

Este contexto demonstra um avanço relevante na luta contra o desmatamento, mas também destaca os desafios persistentes para garantir a preservação ambiental em diferentes biomas. A atuação do Ibama e o investimento em políticas e planos específicos para cada região constituem esforços vitais para promover um ambiente mais equilibrado e sustentável.


Fonte: https://www.gov.br/mma/pt-br/area-sob-alertas-de-desmatamento-na-amazonia-cai-50-em-2023

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