Deep Science Ventures e a inovação na bioeconomia global

A Deep Science Ventures (DSV), uma empresa sediada em Londres, está abrindo novos caminhos no ecossistema de tecnologia climática, com um portfólio que inclui desde redes fúngicas subterrâneas até proteínas de marine fermentadas. Fundada por Dominic Falcão e Mark Hammond em 2016, a DSV se define como um incubadora de empreendimentos conduzida por cientistas, focando em soluções inovadoras e de alto impacto ambiental. A empresa se destaca por identificar problemas sociais e ambientais ainda não resolvidos e encontrar empreendedores com o perfil certo para atacá-los diretamente.

A DSV não se limita a biotecnologias, abrangendo setores amplos como agricultura, computação, farmacêutica e clima. Sua diversidade de interesses torna-a uma exceção entre as firmas de capital de risco, que costumam concentrar seus esforços em poucos mercados. Assim, a DSV busca inovar no campo da bioeconomia ao trabalhar com materiais biobaseados que visam não só reduzir emissões de carbono, mas também abordar questões como acidificação do solo e escoamento de fertilizantes.

O método de construção de empreendimentos da DSV começa ao contrário do habitual: a meta não é adequar um problema à tecnologia disponível, mas identificar primeiro a questão social ou ambiental a ser resolvida. A empresa então estabelece um projeto detalhado, buscando candidatos a empreendedores com o potencial e a história necessária para romper as barreiras existentes. Essa abordagem focada no resultado surge de experiências anteriores de membros fundadores, como Murat Tunaboylu, que trouxe o chamado ‘approach blinker’, filtrando opiniões sobre o sucesso potencial dos produtos com base em sua própria trajetória empreendedora.

A empresa também se destaca por sua colaboração com grandes corporações. Em parceria com a Coca-Cola, trabalham em tecnologia limpas para solucionar o estresse hídrico, e com a AbbVie na criação de medicamentos anti-inflamatórios. Essas parcerias fortalecem o vínculo entre as startups que a DSV apoia e cadeias globais de suprimento influentes.

Explorando ainda mais a educação empreendedora, a DSV lançou em 2023 o que chama de primeiro programa de doutorado focado em empreendimentos. Este doutorado oferece liberdade acadêmica para desenvolver novas tecnologias focadas em aplicações comerciais desde o início, especialmente em áreas como saúde, agricultura e mudança climática. Visando também a inclusão, a empresa almeja compor suas turmas com 50% de grupos étnicos minoritários e 50% de mulheres, algo raro nos programas de STEM.

No campo do agritech, a DSV tem se concentrado em soluções para a agricultura tropical, em parceria com cientistas na Costa Rica, como parte de sua Iniciativa de Agricultura e Bioeconomia Tropical. Focando no conceito de ‘cultivo restaurativo’, a empresa busca aumentar a saúde do solo ao invés de esgotá-lo através de cultivo intensivo. A escolha da Costa Rica se deve, em parte, às políticas de construção de uma bioeconomia robusta, além dos problemas climáticos que o país enfrenta, que são representativos de desafios globais.

Com iniciativas como estas, a DSV continua a expandir seu impacto além do ecossistema de startups, aproximando-se de instituições educacionais e organizações intergovernamentais para moldar um futuro sustentável na bioeconomia global, ao mesmo tempo em que busca novas oportunidades de mercado em latitudes tropicais. Este esforço concentra-se não apenas em resolver os desafios atuais, mas também em preparar o terreno para novas descobertas que promovam um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.


Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/who-is-deep-science-ventures/

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