Os insumos agrícolas biológicos estão demonstrando um crescimento notável no Brasil, com vendas que prometem alcançar valores expressivos. Estima-se que, em 2023, os insumos biológicos gerem entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões, apresentando um considerável aumento comparado aos pouco mais de R$ 3 bilhões em 2022, conforme dados da CropLife Brasil. A organização, que representa os setores de germoplasma, biotecnologia e defensivos, aponta que apesar de menor em faturamento que a comercialização de agroquímicos, que frequentemente atinge mais de US$ 10 bilhões, o potencial de crescimento dos biológicos é uma tendência consistente.
Segundo Eduardo Leão, presidente da entidade, a receita com os biológicos poderá atingir algo entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões até o final desta década. Este aumento é impulsionado pela diversificação de portfólio e pela expansão da área agrícola em que estes produtos são aplicados. Atualmente, cerca de 30% do total da área agronômica utiliza esses insumos. O foco desses produtos tem estado nos biodefensivos, mas espera-se também um avanço dos biofertilizantes. Leão destaca o crescimento acelerado no Brasil, que registrou expansão de 60% nas vendas de produtos biológicos nos últimos quatro anos, um ritmo bem superior à média global de 15%.
Embora os produtos químicos permaneçam como base do aumento da produção agrícola no Brasil, uma pluralidade de soluções é evidente na proteção das lavouras, envolvendo a combinação de químicos e biológicos. O país possui mais de 6 mil produtos biológicos registrados, com um novo arcabouço de regulamentação do segmento sendo discutido no Congresso. Paralelamente, o marco legal dos químicos foi recentemente sancionado pelo presidente com vetos.
Leão enfatiza a necessidade de segurança jurídica e de um ambiente institucional que favoreça os investimentos, mesmo diante de pendências em definições importantes, como as normas para a produção de biológicos nas próprias fazendas. Mesmo assim, o mercado brasileiro já presencia transações significativas no setor, como a recente aquisição de 85% da empresa paulista Biotrop pela companhia belga Biobest, em uma negociação avaliada em 444,5 milhões de euros. Este negócio é um dos maiores do ano no agro brasileiro, com a previsão de que os 15% restantes da Biotrop sejam comprados pela Biobest após um período de transição de três anos.
Fonte: https://www.infomoney.com.br/business/produtos-biologicos-continuam-em-alta-no-campo-brasileiro/