A economia da Polônia desponta como uma das que mais crescem na União Europeia, tendo registrado o maior aumento anual e trimestral do PIB na região no segundo trimestre deste ano. Esse crescimento robusto também impulsiona suas indústrias baseadas em recursos biológicos, colocando o país em uma posição de destaque no cenário da bioeconomia emergente.
Essa transformação é visível na transição de setores tradicionais como alimentos e agricultura para atividades de maior valor agregado, que convertem matérias-primas biológicas em materiais e produtos químicos industriais. Embora a Polônia se destaque no emprego ligado à bioeconomia, ela ocupa apenas a quinta posição na União Europeia em termos de valor agregado e faturamento. É nesse contexto que setores emergentes como bioprocessamento e biotecnologia industrial vêm crescendo rapidamente, impulsionados por uma mão de obra altamente qualificada e custos trabalhistas competitivos.
Parques tecnológicos pelo país, como o Parque Agroindustrial de Kutno e o BioNanoPark em Lodzkie, ilustram a forte colaboração entre academia e indústria no campo da bioeconomia. Tais colaborações são essenciais para o avanço em P&D, exemplificadas pela participação em projetos europeus como BBI JU e CBE JU.
Além disso, empresas biotecnológicas polonesas também mostram sua relevância. A startup MakeGrowLab, por exemplo, desenvolve substitutos sustentáveis para plásticos com métodos inovadores de fabricação microbiana de nanofibras. Enquanto isso, a Ecobean, originada na Universidade de Tecnologia de Varsóvia, transforma resíduos de café em materiais sustentáveis, ilustrando a força da Polônia em P&D científico e tecnológico.
Indústrias tradicionais do país, como as de borracha, plásticos e farmacêuticos, estão se aventurando em produtos biológicos. Grupa Azoty, por exemplo, abriu uma linha piloto para produção de plástico biodegradável, enquanto Synthos explora borracha sintética de fontes renováveis. Estes movem seus esforços para lançar unidades de produção de propileno glicol verde em Trzebinia.
A produção de biogás também surge como um setor promissor, aproveitando a vasta produção agrícola do país para reduzir emissões e avançar para a sustentabilidade. No entanto, embora potencialmente a Polônia possa abrigar milhares de plantas de biogás, o país conta atualmente com apenas 218 plantas agrícolas e 148 municipais.
Regulamentações começam a dar suporte a esses setores emergentes. A alteração no Ato de Fontes de Energia Renovável do país, por exemplo, busca aumentar a capacidade instalada de biogás e facilitar conexões de rede, um esforço para ajudar pequenas cidades a se afastarem do carvão.
Ainda há desafios significativos, especialmente em termos de infraestrutura para processamento e reciclagem de bioplásticos. Apesar dos bioplásticos serem tecnicamente biodegradáveis, muitos requerem condições industriais específicas para decomposição, e a lacuna em infraestrutura adequada prejudica o crescimento dessas soluções.
No entanto, apesar dos desafios, a Polônia está empenhada em expandir sua bioeconomia, com verbas crescentes para instalações de compostagem para lidar com resíduos orgânicos em expansão. Em um setor que demanda alto risco e capital, o futuro da bioeconomia do país depende da implementação de políticas mais robustas e apoio em infraestrutura de testes e plantas piloto.
Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/polands-growing-bioeconomy/