O conceito de desenvolvimento sustentável tem sido cada vez mais enfatizado diante das preocupações crescentes com os impactos negativos do crescimento econômico sobre o meio ambiente. O estudo conduzido por N Mahajan et al., busca entender os benefícios e desafios do comércio verde (green trade) para o desenvolvimento econômico, contemplando as experiências de países que incorporaram esta modalidade em suas políticas econômicas e as medidas adotadas para superar os obstáculos.
Comércio verde significa o comércio de bens e serviços produzidos de forma ambientalmente sustentável. Ao integrar o comércio verde ao desenvolvimento econômico, novas oportunidades de negócio são criadas, promove-se o uso de tecnologias limpas e gera-se empregos verdes, simultaneamente à proteção do ambiente. Contudo, a pesquisa identifica que, apesar das vantagens do comércio verde como a proteção ambiental e promoção da saúde pública, existem desafios importantes, como custos mais altos de produção, disponibilidade limitada de produtos verdes, riscos de greenwashing e desigualdades potencializadas.
O artigo destaca a importância do desenvolvimento do Green IoT (Internet of Things Verde), que, apesar de enfrentar desafios como o aumento do uso energia e a geração de resíduos eletrônicos, oferece um caminho mais sustentável para a economia. Além disso, o comércio internacional protecionista, com barreiras verdes, demanda uma reavaliação urgente dos efeitos ambientais do comércio global.
A análise baseada em um extenso conjunto de dados demonstra que importações e exportações possuem impactos não-lineares na produtividade verde, com variações significativas em função dos níveis de renda dos países. Avanços tecnológicos promovem a produtividade verde, porém de maneira mais significativa em países com renda mais alta. Isso sugere que enquanto o comércio verde é benéfico, ele favorece mais fortemente os países desenvolvidos.
Diante do contexto global, o comércio verde surge como motor crucial para a transição para uma economia verde inclusiva, apoiada por políticas ambientais e sociais adequadas. A pesquisa revê literatura abrangente, incluindo a Agenda de Desenvolvimento Sustentável 2030 e a Convenção de Paris sobre o clima, que incentivam a adoção e promoção de tecnologias limpas e transporte sustentável, com potencial para expandir o comércio de bens ecológicos para USD 2-3 trilhões até 2020.
O metodologia do estudo é baseada em dados secundários, com análise detalhada de iniciativas verdes governamentais, destacando o papel central de políticas e estratégias coordenadas que promovem o comércio verde e o processo de transição para uma economia global mais sustentável e equitativa.
Em síntese, enquanto a priorização pela sustentabilidade ganha terreno mundialmente, o comércio verde desempenhará um papel significativo na moldagem da economia global. Os benefícios potenciais do comércio verde tornam-no um campo importante de foco para formuladores de políticas, empresas e consumidores, visando um futuro mais sustentável e equitativo.
Fonte: N Mahajan et al 2023 IOP Conf. Ser.: Earth Environ. Sci. 1279 012023. https://doi.org/10.1088/1755-1315/1279/1/012023
