O Fundo Amazônia alcançou um marco histórico em 2024, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovando R$ 882 milhões em projetos ao longo dos primeiros dez meses do ano. Este recorde supera significativamente o total de R$ 553 milhões registrado no ano anterior. Os números foram divulgados durante a 31ª Reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), realizada em Brasília, com a presença de autoridades do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) que presidiu o encontro.
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou a importância desse avanço. Segundo ela, o volume de aprovações reflete o fortalecimento da governança e a capacidade do Fundo em impulsionar iniciativas focadas na proteção ambiental, bioeconomia e inclusão social na região amazônica. O Fundo tem sido um motor de transformação, com a implementação de projetos substanciais, tais como o Restaura Amazônia e Amazônia na Escola, ambos promovendo a restauração de florestas, educação e melhoria das condições de vida locais.
Entre os projetos mencionados, o Restaura Amazônia recebeu um investimento de R$ 450 milhões, visando a recuperação florestal e a captura de carbono. Este projeto é emblemático da estratégia do fundo de aliar conservação da biodiversidade com geração de emprego e renda, proporcionando um desenvolvimento sustentável de longo prazo.
Outro destaque é o investimento de R$ 332 milhões no projeto Amazônia na Escola, que beneficia diretamente 140 mil produtores e 17 milhões de estudantes. Estes projetos são acompanhados de perto para garantir que não apenas atinjam suas metas ecológicas, mas também contribuam para a inclusão e fortalecimento das comunidades locais, incluindo quilombolas e indígenas.
Desde o início de suas operações em 2008, o Fundo Amazônia tem se tornado uma referência em financiamento de iniciativas que agregam valor social e ambiental. Até agora, mais de 650 organizações da sociedade civil já acessaram seus recursos, um indicador claro de sua abrangência e impacto positivo.
O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, sublinhou a importância destes avanços, apontando para a criação de um novo modelo de desenvolvimento econômico na região amazônica. Ele ressaltou que os investimentos do Fundo são essenciais para promover não apenas a conservação, mas também a transformação econômica e social por meio de projetos estruturantes que vão além do simples combate ao desmatamento.
Além das iniciativas mencionadas, o combate a incêndios florestais tem recebido um apoio robusto do Fundo, com mais de R$ 280 milhões destinados ao fortalecimento de corpos de bombeiros nos estados da Amazônia Legal. Essas ações coordenadas são cruciais para prevenir e responder efetivamente aos incêndios e queimadas, uma preocupação ambiental constante na região.
As conquistas de 2024 foram facilitadas pela reativação do Plano de Ação para Combate ao Desmatamento na Amazônia e pela reorganização da governança do Fundo. Esta movimentação permitiu a retomada de análises de projetos que estavam paralisadas desde 2019, além de possibilitar o lançamento de novas chamadas públicas alinhadas a políticas públicas abrangentes.
Esses avanços posicionam o Fundo Amazônia como uma peça fundamental na luta contra o desmatamento e como um exemplo de como o desenvolvimento sustentável pode ser incentivado por meio de investimento estratégico e bem direcionado. À medida que os esforços se intensificam, as expectativas são de que o Fundo continue a desempenhar um papel vital na proteção dos recursos naturais e na promoção de um futuro mais sustentável para a Amazônia.