Cientistas firmam compromisso voluntário para supervisão de IA em biologia sintética

Na vanguarda da ciência, mais de 150 biólogos de diversos continentes firmaram um compromisso voluntário para com a gestão do uso de inteligência artificial (IA) na criação de materiais biológicos que possam representar riscos à biossegurança. Tal iniciativa surge em resposta ao crescente potencial da IA em contribuir para a produção de armas biológicas, uma preocupação significativa para a segurança em IA.

Entre os principais acordos, pesquisadores concordaram em avaliar os riscos de modelos de IA capazes de gerar estruturas proteicas conforme características definidas pelos usuários. Comprometem-se ainda a adquirir DNA sintético unicamente de fontes que pratiquem uma análise minuciosa, visando prevenir a criação de moléculas perigosas. Igualmente relevante é o suporte ao desenvolvimento de novos métodos de triagem.

As diretrizes também contemplam a divulgação transparente dos possíveis benefícios, riscos e métodos de mitigação associados às pesquisas. A revisão periódica das capacidades da biologia sintética e a comunicação de práticas de pesquisa eticamente questionáveis ou preocupantes fazem parte das obrigações assumidas pelos signatários.

A motivação para o comprometimento decorre de uma reunião sobre IA responsável e desenho de proteínas realizada pela Universidade de Washington e de debates correlatos promovidos por iniciativas como a AI Safety Summit e a think tank Helena.

A importância desta medida reside na capacidade de sistemas como o AlphaFold da DeepMind, que prediz estruturas de proteínas, de impulsionar avanços significativos na medicina, agricultura e processos industriais. No entanto, o potencial mal uso dessas tecnologias levou ao exame por organizações nacionais e internacionais, criando um contexto onde o compromisso da comunidade biológica em usar tais modelos de forma segura pode proporcionar uma maior confiança pública e prevenir regulamentações excessivamente restritivas.

A declaração comunitária surge do clamor por uma responsabilização no desenvolvimento de IA para design de proteínas. A convergência de princípios como segurança, equidade e colaboração internacional visa direcionar o uso desta tecnologia em prol do benefício social. Os compromissos são acompanhados de estratégias de implementação detalhadas, com revisões periódicas previstas para assegurar a adequação contínua desses princípios às inovações do campo.

Essa tomada de posição emana de discussões durante uma cimeira no Instituto de Design de Proteínas da Universidade de Washington. Englobou acadêmicos de destaque global e representantes de setores privados, filantrópicos e governamentais, refletindo um esforço colaborativo significativo para o futuro da bioeconomia e da IA no design de proteínas.

Fonte: Responsible AI for Protein Design Community Statement. Disponível em: . Acesso em: 8 mar. 2024.

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