BNDES investe R$ 20,3 milhões em restauração ecológica na bacia do Xingu

Em uma significativa iniciativa para a sustentabilidade e o combate ao desmatamento na Amazônia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em colaboração com Energisa, Norte Energia e Fundo Vale, anunciou uma alocação de R$ 20,3 milhões para quatro projetos de restauração ecológica na bacia hidrográfica do Rio Xingu. Este investimento visa a recuperação de 700 hectares de áreas degradadas nas regiões do Baixo, Médio e Alto Xingu, abrangendo partes dos estados do Pará e Mato Grosso.

Os projetos, selecionados sob a iniciativa Floresta Viva, são vistos como pioneiros na integração de restauração ecológica e desenvolvimento socioeconômico. Destaque para propostas como o Na Trilha da Floresta Viva, liderado pela Associação Rede de Sementes do Xingu, e o Xingu Sustentável, que associa cultivo de cacau orgânico ao ambiente produtivo sustentável. Outro projeto, Sempre Vivas, Sempre Verdes, coordenado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil, enfatiza a inclusão socioprodutiva enquanto avança na restauração ecológica, e o Resset Assurini, liderado pela Fundação de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável Guamá, também integra este esforço coletivo.

Um aspecto central destas iniciativas é não apenas a restauração das áreas, mas a mobilização e treinamento de comunidades locais, como coletoras de sementes, além da implementação de viveiros e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, como a criação de uma agroindústria de beneficiamento do cacau. Este envolvimento comunitário é visto como vital para assegurar a longevidade e eficácia dos projetos.

A administração e o monitoramento desses projetos são de responsabilidade do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), uma organização da sociedade civil comprometida com o uso sustentável de recursos naturais. Esta parceria entre o BNDES e Funbio é parte de um movimento maior de ações coordenadas em prol do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Os representantes do BNDES e do Funbio destacam a relevância dos projetos na mitigação das mudanças climáticas e na preservação da biodiversidade. Para a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, a restauração ecológica contribui significativamente para o bem-estar das populações amazônicas, gerando empregos e fortalecendo economias locais. O superintendente de Programas do Funbio, Manoel Serrão, enfatiza que estas ações são essenciais não apenas para a área do Xingu, mas para o Brasil como um todo, dado o papel crucial da Amazônia no equilíbrio ambiental global.

O Floresta Viva está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e destaca-se pela sua meta ambiciosa de investir R$ 693 milhões ao longo de sete anos. Com suporte financeiro igualitário entre o Fundo Socioambiental do BNDES e instituições apoiadoras, espera-se alcançar de 25.000 a 35.000 hectares de áreas restauradas, removendo entre 8 a 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera.

Além do impacto direto na conservação da biodiversidade amazônica, a iniciativa Floresta Viva estabelece uma estratégia a longo prazo para a criação de corredores de sociobiodiversidade, vitais para conectar biomas e garantir a proteção de terras indígenas e unidades de conservação. Apesar dos desafios, como o desmatamento de 730 mil hectares entre 2019 e 2022, o projeto reforça uma visão positiva de desenvolvimento e sustentabilidade para o futuro da Amazônia e do Brasil.


Fonte: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/detalhe/noticia/BNDES-seleciona-projetos-de-restauracao-ecologica-na-bacia-hidrografica-do-Xingu-nos-estados-do-PA-e-de-MT/

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