O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em conjunto com o Governo do Estado do Ceará, formalizou na última quarta-feira, 21 de agosto de 2024, um significativo acordo financeiro com a assinatura do contrato do Sertão Vivo. Este projeto pretende catalisar melhorias nos sistemas de produção rural em 72 municípios cearenses, atingidos por diversos problemas socioeconômicos e ambientais. O montante de R$ 251,6 milhões será direcionado a comunidades vulneráveis, visando não só o enfrentamento da escassez hídrica, mas também a promoção da resiliência climática e segurança alimentar.
Esta parceria do BNDES com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), integra um esforço regional mais abrangente e dispensa atenção especial às necessidades do semiárido nordestino. Com investimentos totais estimados em R$ 1,8 bilhão contemplando todos os estados do Nordeste, o Sertão Vivo almeja beneficiar cerca de 2 milhões de pessoas em condições desafiadoras.
Especificamente no caso do Ceará, a iniciativa prevê o fornecimento de R$ 212 milhões em financiamento reembolsável ao governo estadual, acrescido de um adicional não reembolsável de R$ 39,6 milhões. Tais recursos serão instrumentalizados na implantação de sistemas produtivos climaticamente adaptados, incluindo a criação de quintais produtivos e sistemas agroflorestais, além de construções de reservatórios de água, como cisternas-calçadão e barragens subterrâneas, focando em tecnologias de convivência harmoniosa com a seca.
Na formalização do contrato, Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, ressaltou a relevância do contrato, tratando-o como um projeto que apresentará soluções e criará impactos positivos para a região Nordeste, servindo como referência global em termos de resiliência climática e melhorias na segurança alimentar. “Esse é um momento superimportante,” destacou Campello, “em que o Ceará se posiciona como precursor nessa jornada de transformação sustentável.”
O governador Elmano de Freitas também sublinhou a significativa cooperação entre as partes envolvidas, destacando que a ação está alinhada ao Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do Ceará e a visão estratégica de longo prazo (Ceará 2050). Ambos os documentos refletem o compromisso regional com a promoção da inclusão socioeconômica, elevação do padrão de vida dos agricultores familiares, além da sustentabilidade ambiental.
Neste ímpeto regional, as ações visam não só a inclusão social e melhoria das condições de vida das comunidades locais, mas também alavancar práticas agrícolas modernas que proporcionem aumento de renda, resiliência econômica e ambiental para os pequenos agricultores do semiárido cearense. Com medidas que atravessam os eixos de redução da pobreza rural e ampliação do acesso à água, o Sertão Vivo simboliza um modelo inovador e viável para regiões que enfrentam complexos desafios ambientais e climáticos.