O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um investimento de aproximadamente R$ 1,14 bilhão para financiar dois novos complexos de energia solar fotovoltaica nos estados de São Paulo e Ceará. Estes projetos fazem parte de um esforço contínuo do banco para aumentar a oferta de energia renovável no Brasil, alinhando-se à política governamental de transição energética.
Os complexos, desenvolvidos pelos grupos EDP e Powerchina, adicionam uma considerável capacidade ao sistema elétrico brasileiro, com uma potência instalada total de cerca de 402 megawatts (MW) e uma garantia de geração de 116,5 MW médios. Essa produção é suficiente para abastecer aproximadamente 524 mil residências, uma contribuição significativa para o aumento da participação das fontes renováveis na matriz energética do país.
O complexo Novo Oriente Solar, situado em Ilha Solteira, São Paulo, receberá um financiamento de R$ 805 milhões. Este complexo consiste em seis sociedades de propósito específico (SPEs) e terá uma potência instalada de 254,6 MW. Espera-se que esta estrutura produza energia suficiente para cerca de 331 mil domicílios, representando um avanço importante na expansão da energia solar no país. Durante sua fase de implantação, 2.320 empregos diretos serão criados, enquanto a operação das usinas deverá manter 70 postos de trabalho permanentes.
João Marques da Cruz, CEO da EDP na América do Sul, enfatiza que o projeto Novo Oriente está alinhado com a meta da EDP de ampliar sua participação na geração de energia renovável no Brasil. A empresa pretende, por meio deste projeto, liderar a transição energética e contribuir para a descarbonização das operações de muitas empresas brasileiras.
Já o complexo desenvolvido pela Powerchina em Mauriti, no Ceará, receberá R$ 339 milhões em financiamento. Este projeto envolverá a construção de três centrais geradoras fotovoltaicas com uma capacidade instalada de 147,33 MW. Estima-se que a geração desses sistemas será capaz de abastecer mais de 193 mil domicílios. O projeto também criará 501 empregos durante sua implantação e outros 474 de forma indireta, além de 12 empregos permanentes ao seu término.
A expansão das usinas solares é parte de uma estratégia mais ampla do BNDES para promover a energia renovável no Brasil. Desde a primeira operação de financiamento solar do banco, em 2017, foram investidos R$ 11,8 bilhões em 23 projetos, adicionando quase 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada ao país.
Esses investimentos estão intimamente ligados ao Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), reforçando o compromisso do país em mitigar os impactos climáticos ao manter alta a participação de fontes renováveis na matriz elétrica. Além disso, as usinas fotovoltaicas, que utilizam parte de equipamentos fabricados nacionalmente, beneficiam da linha de financiamento Finame, impulsionando a cadeia de fornecedores locais.
A posição do BNDES como maior financiador mundial de energia renovável é uma declaração do sólido compromisso do Brasil em liderar a transição para fontes de energia mais sustentáveis. Com 89% de sua matriz elétrica classificada como limpa, o país já se destaca entre seus pares no G20.