Bioeconomia no Brasil: avanços, desafios e oportunidades

A discussão sobre bioeconomia tem ganhado impulso no Brasil, congregando instituições públicas, entidades privadas, pesquisadores e atores diversos. Os avanços no conhecimento e uso de recursos biológicos, combinados com inovações tecnológicas, vêm possibilitando o desenvolvimento de produtos, serviços e processos que não só geram valor agregado, como também atendem aos princípios do desenvolvimento sustentável.

A articulação de esforços pelo setor privado e público tem sido notável. Desde a introdução do conceito pela Fiesp e pela CNI, até o estabelecimento de programas específicos pelo MCTI e pelo Mapa, é perceptível uma mobilização para posicionar a bioeconomia como um eixo estratégico. Esta movimentação é acompanhada pela busca de soluções inovadoras para desafios ambientais e sociais, especialmente na Amazônia, onde a bioeconomia desponta como um caminho promissor para o desenvolvimento regional.

O conceito de bioeconomia no Brasil converge para a utilização de recursos biológicos de forma inovadora e sustentável; entendimento do conhecimento tradicional e científico como alicerce para inovações; fomento de atividades que substituam insumos fósseis por renováveis; e um olhar atento à promoção do bem-estar social a longo prazo.

Ações governamentais, não governamentais e do setor privado indicam uma direção positiva, com iniciativas e projetos que promovem o uso sustentável da biodiversidade, uso da tecnologia e capacitação das populações locais para o manejo dos recursos naturais. A criação do Conselho Nacional da Amazônia Legal é mais um indicativo das atuais prioridades do Governo Federal.

Apesar dos avanços, ainda há desafios a serem enfrentados com relação a regulamentações, financiamento e estruturas para a pesquisa. A construção de um ecossistema que favoreça a inovação na bioeconomia é crucial, e envolve o alinhamento das atuações das universidades, empresários e representantes governamentais em torno de uma agenda comum.

O desenvolvimento de clusters de bioeconomia pode ser uma estratégia para potencializar os recursos de determinadas regiões, alavancando a especialização e a integração entre setores. Instituições como a CNI e a Embrapa possuem uma posição estratégica para encabeçar essas discussões, por conta de sua ampla atuação em pesquisa e inovação no agronegócio, que é um segmento chave para a bioeconomia no país.

Fonte: Danielle Alencar Parente Torres e Adriana Mesquita Corrêa Bueno, Breve Panorama da Bioeconomia no Brasil, In: BIOECONOMIA – Oportunidades para o setor agropecuário e para o Brasil, Embrapa Agricultura Digital.

Compartilhar