O evento sobre bioeconomia sustentável baseada em florestas, realizado durante a COP29 no Pavilhão das Florestas, destaca a importância primordial das florestas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. As discussões centrais abordaram como a demanda global por produtos florestais está aumentando enquanto as florestas enfrentam pressões contínuas dos fatores climáticos. Um dos principais objetivos reconhecidos no primeiro balanço global do Acordo de Paris é a interrupção e reversão do desmatamento e degradação florestal até 2030. A bioeconomia florestal sustentável é apontada como uma ferramenta crucial nesse esforço.
A Parceria Colaborativa sobre Florestas (CPF) trabalha coletivamente para apoiar os países nos objetivos relacionados às florestas, explorando todo o potencial dos recursos florestais. Sob a liderança da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com o governo do Japão e a Organização Internacional de Madeiras Tropicais (ITTO) como co-líderes, a iniciativa visa fortalecer a colaboração em torno das cadeias de valor de madeira sustentável e incentivar o uso de produtos de madeira colhidos de forma durável. Este enfoque busca prolongar os benefícios do carbono das florestas, particularmente no setor de construção.
Um ponto crucial do evento foi a importância da transparência dos dados florestais para implementação do Acordo de Paris. Identificou-se que a transparência e o monitoramento eficazes dos dados florestais são essenciais para integrar atividades da bioeconomia florestal aos relatórios exigidos no Quadro de Transparência Reforçada (ETF), garantindo alinhamento com metas climáticas globais e nacionais.
Durante a sessão sobre ‘Realização do potencial da bioeconomia florestal através da madeira sustentável’, testemunhou-se como o uso ampliado dessa madeira poderia contribuir significativamente para alcançar a neutralidade de carbono e economias resilientes. Iniciativas como ‘Sustainable Wood for a Sustainable World’ e ‘WOOD for GLOBE’ foram discutidas como exemplos de caminhos sustentáveis implementados em nível global. Participantes relataram esforços nacionais e novos mecanismos para expandir os compromissos com a madeira sustentável.
O financiamento e investimento em cadeias de valor de produtos florestais também foram amplamente discutidos. A mobilização de novos investimentos, especialmente do setor privado, foi destacada como essencial para desenvolver a bioeconomia florestal sustentável e acelerar a transição para economias neutras em carbono. As parcerias de setores privados com outras partes interessadas foram consideradas cruciais para impulsionar inovações em cadeias de valor florestais, promovendo ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Por fim, a sessão de encerramento sintetizou os temas abordados e projetou as expectativas para a COP30. O potencial multifacetado da bioeconomia florestal não só desempenha um papel central nas ações climáticas, mas também revela-se vital para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e das Metas Globais para as Florestas. A conferência ressaltou que a sinergia entre governos, ONGs, academia, juventude e representantes de povos indígenas pode pavimentar o caminho para uma transição sustentável e econômica robusta.