Na esteira das amplas transformações ecológicas e sociais, o projeto de pesquisa liderado por Linnea Cederholm está rompendo barreiras. A pesquisadora do Departamento de Ciências Ambientais, com um sólido histórico em química de polímeros, encontrou um novo caminho ao adentrar o campo da bioeconomia baseada em florestas. Esta transição não traz apenas desafios, mas também a emocionante possibilidade de alinhamento entre química dos materiais, regulamentações e sustentabilidade.
Cederholm revelou que seu objetivo principal é explorar o potencial de materiais derivados de florestas na construção de uma economia circular sustentável. Para isso, investiga as complexas interações entre a química dos materiais, a ciência regulatória e as questões socioecológicas. Este estudo visa investigar os desafios, oportunidades e os conflitos de metas que emergem à medida que o setor se desenvolve.
Uma parte crucial do trabalho está em lidar com a natureza interdisciplinar do projeto. “Passar de um foco inteiramente tecnólogico para um que abrange questões regulatórias e socioecológicas foi uma transição significativa”, comenta Cederholm, que também destaca como isso exige uma habilidade para navegar entre diferentes campos de estudo e interagir com os atores industriais relevantes.
Além disso, a pesquisa de Cederholm expõe alguns desafios inerentes aos trabalhos interdisciplinares. A necessidade de despender esforços em comunicação e a capacidade de transmiti-los entre diferentes disciplinas revelaram ser cruciais. “Ser o nó de conexão entre três áreas distintas só é eficaz se eu conseguir falar – ou compreender – as linguagens de todas elas.”
Outro ponto levantado é a importância da interface entre a academia e a sociedade. Cederholm elogia os webinars do Stockholm University Center for Circular and Sustainable Systems (SUCCeSS) como uma maneira potente de interação, mas também aponta que a natureza excessivamente acadêmica de algumas apresentações pode criar barreiras ao acesso do público mais amplo.
Assim, o esforço de Cederholm vai além do desenvolvimento tecnológico, buscando estabelecer um diálogo claro entre políticas e ecologia. Esta abordagem coloca o estudo na vanguarda de como a ciência de materiais pode se moldar e ser moldada por pressões sociais e ambientais, sublinhando a necessidade de redes colaborativas e compreensões abrangentes para uma ação verdadeiramente integrada e sustentável no futuro da bioeconomia.