Um panorama inovador permeia a indústria cervejeira brasileira, evidenciando uma saudável expansão do segmento artesanal, que desfruta de um crescimento anual de 20%. O Brasil, como terceiro maior produtor mundial, com 13,8 bilhões de litros anuais, dá sinais de uma revolução que alia tradição e tecnologia. Um exemplo emblemático é proveniente da pesquisa nacional na cultura da cevada, onde mais de 90% do grão é resultado de estudos no país, sobretudo graças à Embrapa, que já introduziu 30 novos cultivares adaptados às especificidades agronômicas brasileiras.
Por sua vez, o lúpulo, elemento essencial à identidade amarga da cerveja, experimenta um florescer de pesquisas agronômicas que visam sua aclimatação e cultivo em solo nacional, reduzindo a dependência de importações. Iniciativas pioneiras, como a do agrônomo Rodrigo Veraldi em São Bento do Sapucaí, estão abrindo caminho para a produção do insumo em escala reduzida, essencial para o caráter distintivo das microcervejarias.
Este cenário inovador é reforçado com o advento das microcervejarias, que, representando 1% do consumo nacional, introduzem diversificação e requerem quantias menores de lúpulo, fator que potencializa o apelo pela produção domestica do insumo. Ao mesmo tempo, a busca por novas leveduras e a atenção aos detalhes, como a estabilidade da espuma da cerveja, são focos de estudo acadêmico estratégico que ampliam as perspectivas de inovação no segmento.
Com um olhar para o futuro, a Ambev investe em seu Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), criando um laboratório de ideias almejando colocar o Brasil na vanguarda global do desenvolvimento cervejeiro. Tal investimento revela não somente a pujança do setor, mas também a capacidade brasileira de convergir tradição e inovação tecnológica em prol de um produto que faz parte do cerne cultural do país.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/inovacoes-cervejeiras/