Atrasos na entrega de planos de energia dificultam metas climáticas da UE

Em recente reunião do comitê de meio ambiente do Parlamento Europeu, questões cruciais sobre as emissões de gases de efeito estufa foram levantadas, sublinhando uma necessidade urgente de ação mais acelerada dentro da União Europeia. Yvon Slingenberg, diretor de estratégia e análise do departamento de clima da Comissão Europeia, destacou que vários estados membros ainda não apresentaram seus planos nacionais finais de energia e clima, os chamados NECPs. Estes planos são essenciais para delinear como cada país pretende contribuir para a redução das emissões até 2030, conforme os objetivos da Lei Europeia do Clima.

Até o momento, apenas dez países, incluindo Dinamarca, França e Alemanha, entregaram seus planos, apesar de o prazo ter expirado no final de junho. A Comissão Europeia projeta que, baseando-se nos planos preliminares, a atual trajetória levaria a uma redução de apenas 51% nas emissões até 2030, o que é insuficiente para atingir as metas estabelecidas.

Peter Liese, legislador alemão, expressou preocupação com as projeções excessivamente otimistas dos estados membros, afirmando que a realidade pode não estar alinhada com os objetivos climáticos da UE. Segundo ele, há falhas significativas em partes cruciais das políticas climáticas.

A sessão destacou a necessidade de intensificar a redução das emissões especialmente nos setores de construção, transporte e agricultura. Slingenberg frisou a importância de incluir e fortalecer sumidouros de carbono, como florestas e oceanos, como parte das estratégias de mitigação.

Organizações como o European Environmental Bureau (EEB) também se pronunciaram, com Luke Haywood defendendo a criação de uma agência de energia da UE. Esta agência teria como objetivo fornecer dados confiáveis para guiar a transição energética do bloco, garantindo que a mudança para a neutralidade de carbono seja conduzida com autoridade e transparência.

Genady Kondarev, da E3G, ressaltou a importância dos planos NECPs como um sinalizador do compromisso climático da União Europeia, também em contexto global, com a Conferência das Partes (COP30) se aproximando. A conferência internacional ocorrerá no próximo ano no Brasil, posicionando o bloco europeu sob os holofotes internacionais.

Enquanto a Comissão Europeia apela por um aumento dos esforços de implementação, há um crescente consenso de que a falta de compromisso pode comprometer os objetivos de neutralidade climática do bloco. O cenário atual exige uma ação coesa e eficaz para garantir que os compromissos climáticos sejam cumpridos e que a União Europeia se mantenha na vanguarda da ação climática global.


Fonte: https://www.euronews.com/green/2024/09/14/eu-countries-lagging-on-carbon-emissions-reductions-commission-tells-meps

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