Na vanguarda da resolução de uma crise ambiental global, a Nigéria junta-se a um movimento crescente na África para combater a poluição por plástico descartável. A implementação de uma proibição gradual de itens como embalagens de isopor e artefatos de plástico de uso único manifesta uma resposta ao apelo ambientalista por uma proibição global dessa categoria de material, 99% proveniente de combustíveis fósseis e uma das causas das mudanças climáticas.
A luta iniciada por Ruanda em 2008, que culminou em ruas mais limpas em sua capital, Kigali, é agora espelhada em pelo menos outros 34 países africanos. Enquanto a União Europeia e alguns estados norte-americanos também adotam medidas similares, a eficácia dessas proibições depende do contexto de implementação.
A gestão do lixo plástico insuficiente na Nigéria, particularmente em áreas urbanas e habitats marinhos, é sublinhada pela professora Temitope O. Sogbanmu. Sem uma infraestrutura de coleta e reciclagem, a restrição radical é a única alternativa. Campanhas de esclarecimento são vistas como cruciais, em paralelo com a legislação, para lidar com as implicações socioeconômicas.
Além das políticas, a coerção advinda do medo das penas tem se mostrado eficaz na redução do uso de certos plásticos, segundo observações de Weyinmi Okotie. Contudo, a abordagem tem limitações, como demonstram experiências em países como o Quênia e a Índia, onde a penetração local de proibições tem esbarrado na força da indústria do plástico e na necessidade de alternativas economicamente acessíveis.
As políticas proibitivas devem, portanto, ser adotadas de forma estratégica, gradual e sempre acompanhadas por esforços para introduzir alternativas biodegradáveis, apoiadas por subsídios governamentais que as tornem acessíveis. A questão da área potável é ainda mais aguda, como evidenciado pelo consumo diário de milhões de sachês de água na Nigéria. Resolver estas questões cruciais abriria o caminho para medidas mais duradouras contra o plástico descartável.
Uma solução global é tida como imprescindível e está em discussão. Um tratado que seja capaz de reduzir a poluição plástica mundial em 80% até 2040 poderia representar um marco nesse combate. A luta contra a poluição plástica está longe de ser simplista, e enquanto alternativas não forem amplamente disponíveis, a infraestrutura de reciclagem aprimorada não for estabelecida e o esclarecimento público não for intensificado, a eficácia de tais proibições permanecerá uma questão aberta.