Sustentabilidade na beleza: seed to skin aponta caminhos para a indústria cosmética

O mercado de cosméticos sustentáveis enfrenta diversos desafios em sua concepção e produção, destacados em uma entrevista esclarecedora com Jeanette Thottrup, fundadora da Seed To Skin. Enquanto a beleza se mantém como um valor fundamental na vida das pessoas, a indústria cosmética luta para alinhar os ideais de beleza com a sustentabilidade ambiental. A busca pelo equilíbrio entre a manutenção da beleza do consumidor e a preservação da natureza é uma jornada contínua cheia de complexidades, desde a utilização de químicos agressivos até embalagens insustentáveis e poluição hídrica.

Diante dos impasses da indústria, Thottrup coloca em voga a importância da escolha de ingredientes responsável. Ela critica a falta de iniciativas suficientes no setor e propõe a adoção de ingredientes alternativos e, sempre que possível, provenientes de fontes locais. A substituição de óleo de palma, comum em empresas menores, por uma combinação de outros óleos é um exemplo de como modificar práticas pode impactar positivamente o meio ambiente.

Em relação aos conservantes naturais e à vida útil dos produtos, a fundadora explica que, atualmente, fugir de parabenos é uma rota viável. Empresas orgânicas já utilizam substâncias como Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio, além de outros aditivos como vitamina E e óleos essenciais. A questão da textura ser conquistada sem silicones é levantada, e Jeanette aponta que a natureza perecível dos cosméticos naturais deve-se mais à potência dos ingredientes do que à presença de bactérias.

Indo além da composição dos produtos, o debate se estende ao método de testes e ao emprego de terminologias ambíguas. Thottrup menciona a proibição crescente dos testes em animais e o declínio dessa exigência na China, defendendo que a verdadeira transparência e a educação são vitais numa indústria repleta de ‘truques de palavras’, em que termos como ‘sustentável’, ‘vegano’ e ‘clean’ são utilizados de forma imprópria e sem critérios claros. Ela enfatiza que testar em seres humanos é, em última instância, a melhor prática, especialmente para testes alérgicos.

Passando para a embalagem dos produtos, a fundadora da Seed To Skin enfoca a eliminação do uso de microplásticos e a exploração de materiais como vidro e alumínio, mais amigáveis ao ambiente quando adequadamente reciclados. Ela rejeita a ideia de bioplásticos e apoia o conceito de refil, enfatizando, no entanto, que usar plásticos recicláveis em certos contextos pode ser preferível para reduzir a pegada ambiental.

Na produção, o uso intensivo de água é uma preocupação central. Jeanette aborda estratégias como a utilização de subprodutos, cita culturas mediterrâneas resistentes à seca e a importância de criar produtos altamente eficazes e ativos, que exigem menos quantidade no uso, gerando impactos menores no ecossistema.

Encerrando com uma nota otimista, Thottrup anuncia o lançamento de dois novos cremes, The Day Source e The Night Force, que simbolizam o esforço da marca em oferecer soluções onde qualidade e sustentabilidade andam de mãos dadas, representando passos significativos em direção a um futuro de beleza consciente.


Fonte: https://luxiders.com/seeking-natural-beauty-seed-to-skin/

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