Seminário de neoindustrialização encara bioeconomia como chave para desenvolvimento sustentável

A neoindustrialização e o apoio à inovação nas empresas estão sendo debatidos com veemência no cenário brasileiro atual, e o mais recente seminário sobre o tema, realizado no dia 23 de Janeiro de 2024, consolidou a bioeconomia como uma estratégia de desenvolvimento primordial. A relevância do tema foi reforçada pela Nova Política Industrial, formalmente apresentada pelo presidente Lula no dia anterior ao seminário, envolvendo um aporte considerável de recursos e a colaboração de diversos ministérios, configurando uma nova dinâmica de interação entre o Estado e o setor produtivo.

O ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg, na condição de secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, destacou importante progresso na regulamentação do mercado de carbono. Com o potencial de movimentar uma quantia expressiva de dólares até 2030, o Brasil vislumbra um futuro de liderança em uma economia de baixo carbono, com ênfase em combustível sustentável para aviação. Entretanto, Rollemberg frisa a necessidade de avançar na biomanufatura e na sócio bioeconomia, enfatizando o saneamento básico, a mobilidade urbana e a conectividade como pilares essenciais para impulsionar a cadeia produtiva voltada à sustentabilidade.

Representando a Embrapa, Ana Euler ressaltou a Transição Energética e Revolução Sustentável como prioridades da empresa e citou as variadas conceituações de bioeconomia que são debatidas atualmente. A diretora da Embrapa apontou para a urgência de se combater desigualdades e para a cooperação geral como elementos estratégicos, além de reforçar a importância da Amazônia como grande protagonista da revolução verde e a necessidade de estratégias que promovam a inclusão sócio-produtiva.

Na mesma linha, Henrique Pereira, diretor do INPA, sublinha que o Brasil possui o mais significativo potencial de biomassa do mundo e defende uma bioeconomia centrada na sociobiodiversidade, focando nos povos originários e na estruturação de cadeias produtivas que gerem valor sem destruir o ecossistema. Entre os exemplos de sucesso, ele menciona o manejo correto do pau-rosa, ilustrando a viabilidade de cadeias de valor que prezam pela conservação florestal.

Paulo Renato Cabral, do Sebrae, complementa o debate apontando para as iniciativas como o Programa Inova Biomas e o Inova Amazônia, que almejam estimular negócios inovadores e soluções sustentáveis originados da biodiversidade brasileira. Ele enfatiza a dificuldade em atrair investimentos para tais empresas e reforça a importância do fomento governamental ao ecossistema.

O seminário reiterou, portanto, que as discussões em torno da bioeconomia estão ganhando espaço e estão cada vez mais alinhadas com os objetivos de promover um desenvolvimento tecnológico e social que respeite e valorize o patrimônio natural do Brasil.


Fonte: http://www.finep.gov.br/noticias/todas-noticias/6733-bioeconomia-como-estrategia-de-desenvolvimento-seminario-sobre-neoindustrializacao-destaca-prioridade-do-cndi

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