Seis empresas de biotecnologia avançam na terapia para esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central, caracterizada por sua imprevisibilidade e impacto variável sobre os pacientes. Nos Estados Unidos, estima-se que quase um milhão de pessoas vivam com essa condição debilitante, que é originada quando o sistema imunológico ataca a mielina, a substância que envolve e protege as fibras nervosas. Este processo destrutivo resulta em cicatrizes – conhecidas como esclerose – que afetam a condução normal dos impulsos elétricos no cérebro e em todo o corpo. Com esse cenário, diversas empresas de biotecnologia estão se empenhando em desenvolver novos tratamentos, que vão além dos medicamentos modificadores da doença atualmente disponíveis.

A Biogen, uma veterana no campo da neurociência, está na vanguarda desses esforços, com um próximo candidato a fármaco chamado BIIB091. Este inibidor de tirosina quinase de Burton de próxima geração atua nas células B e mieloides, diferenciando-se das terapias que apenas focam em células B. O BIIB091 está em fase 2 de desenvolvimento e tem o potencial de superar a resistência observada em inibidores de BTK covalentes.

A Immunic Therapeutics, por outro lado, está desenvolvendo o vidofludimus cálcio (IMU-838), um medicamento que promove a neuroproteção através da ativação do fator de transcrição Nurr1 e inibe a desidrogenase diidroorotato (DHODH), essencial para o metabolismo de células imunomediadoras hiperativas. Resultados positivos em ensaios clínicos recentes reforçam seu potencial neuroprotetor, com destaque para os ensaios de fase 2 e 3 em esclerose múltipla.

A Kyverna Therapeutics aposta na terapia CAR-T para tratar doenças autoimunes impulsionadas por células B, usando o composto KYV-101. Recentemente, esta terapia recebeu designação de via rápida da FDA para tratar formas progressivas e refratárias da esclerose múltipla, gerando expectativa quanto à sua eficácia.

A Progentos Therapeutics, uma nova participante, busca induzir a remielinização dos axônios afetados, uma abordagem inovadora dada a sua orientação para reparar os danos da mielina em doenças degenerativas. Esse foco surge após a aquisição de um programa de esclerose múltipla da Frequency Therapeutics.

A TG Therapeutics, com ênfase em biologia de células B, já obteve aprovação do FDA para seu fármaco BRIUMVI (ublituximabe), que tem mostrado eficácia em 92% dos pacientes ao prevenir a progressão da deficiência em formas recorrentes da doença. A empresa também está desenvolvendo a terapia azer-cel em colaboração com a Precision BioSciences.

Finalmente, a Zenas BioPharma está investindo em obexelimabe, um anticorpo monoclonal bifuncional que almeja suprimir a atividade de células B pela ligação aos alvos CD19 e FcγRIIb. Com um robusto financiamento recente, a empresa busca avançar ainda mais na avaliação de eficácia clínica.

O mercado global de medicamentos para esclerose múltipla está projetado para crescer significativamente, alcançando US$ 38,94 bilhões até 2032, impulsionado pela crescente prevalência da doença e pela necessidade de diagnósticos e tratamentos eficazes. Com o avanço de inibidores de BTK, terapias CAR-T e outras abordagens inovadoras, o futuro dos tratamentos de esclerose múltipla se apresenta promissor para muitos pacientes mundo afora.


Fonte: https://www.labiotech.eu/best-biotech/multiple-sclerosis-companies/

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