No último encontro no Auditório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), foram apresentados os resultados do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), que nos últimos cinco anos tem sido conduzido pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). Este relatório, que abrange as atividades realizadas entre 2019 e 2023, revela avanços significativos na economia sustentável da região, com investimentos que somam R$ 132 milhões, provenientes de 36 empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). O objetivo central do PPBio é impulsionar a exploração econômica da biodiversidade do Amazonas de modo sustentável e inovador.
Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os impactos positivos desse programa através de uma exposição que destacou os produtos inovadores desenvolvidos por startups, que são resultado direto do apoio do PPBio. O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, enfatizou a necessidade premente de prestação de contas e transparência, refletindo sobre a importância da Lei de Informática neste contexto. “A transparência é fundamental e deve guiar nossas ações constantemente. Apesar dos R$ 132 milhões investidos em projetos de destaque pelo Idesam, ainda não chegamos ao ideal em termos de conscientização sobre a relevância da bioeconomia”, afirmou Saraiva.
Rafael Gouveia, o superintendente-adjunto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Suframa substituto, destacou que o sucesso do evento é fruto de um relatório apresentado pelo Idesam ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda). Tal relatório foi essencial para a renovação do papel de coordenação do PPBio pelo Idesam por mais cinco anos. Segundo Gouveia, os programas prioritários são fundamentais, pois transferem a responsabilidade de prestação de contas sobre investimentos obrigatórios em PD&I para as entidades gestoras, beneficiando, dessa forma, tanto as empresas quanto o ecossistema de inovação.
A abrangência do PPBio foi bem destacada por Paulo Simonetti, líder de Inovação em Bioeconomia do Idesam. Em cinco anos, o programa alcançou 53 municípios distribuídos em cinco estados onde a Suframa atua, resultando na conclusão de 35 projetos e de outros 40 ainda em andamento. “Desenvolvemos 156 produtos, processos e serviços que fortaleceram 22 cadeias produtivas. Além disso, geramos 17 patentes e certificações, criamos 456 empregos e atingimos mais de R$ 2 milhões em faturamento com produtos inovadores desenvolvidos por startups apoiadas”, destacou Simonetti, evidenciando o impacto significativo do PPBio na Amazônia.
Entre as iniciativas de inovação pioneiras que o PPBio apoia, estão a criação de peças ecossustentáveis para bicicletas a partir do caroço de açaí, a implantação da primeira agência de etnoturismo indígena do Brasil liderada pelos Paiter Suruí, de Rondônia, e a produção de um dermocosmético de seiva de sangue de dragão, usado principalmente para tratamento de cicatrizes e queloides. Esses projetos refletem não apenas a diversidade criativa, mas também o compromisso com a valorização dos recursos locais e a geração de renda sustentável nas comunidades envolvidas.
O evento contou ainda, de forma virtual, com a participação de outras autoridades, como Cristiane Rauen, diretora de Transformação Digital e Inovação substituta da Secretaria de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além do coordenador suplente do Capda, José Ricardo Ramos Sales. Estes encontros reiteram a importância de iniciativas concertadas que buscam assegurar um futuro mais sustentável e economicamente viável para a região amazônica, promovendo uma bioeconomia que respeita e explora a biodiversidade.