Um avanço significativo para a bioeconomia é notado no Amazonas com o desenvolvimento de um projeto-piloto que explora a fibra do curauá, planta esta que partilha laços botânicos com o abacaxi. Este fruto da inovação, robusto e versátil, revela-se promissor como matriz econômica para o estado, apresentando atributos capazes de revolucionar a indústria automobilística e potencialmente, enriquecer outros setores como o têxtil, agrícola e da construção civil.
Com uma resistência notável, paralela às fibras de vidro, o curauá é uma alternativa economicamente atrativa e menos nociva ao meio ambiente e às condições de trabalho, alinhando-se aos princípios da sustentabilidade. A iniciativa, lançada na Comunidade Santo Antônio de Caxinauá, Distrito de Novo Remanso, em Itacoatiara, já desperta expectativas positivas entre os trabalhadores locais, conforme relatos do produtor rural e líder da comunidade, Claudimar Mendonça.
Orquestrando tal empreendimento, encontram-se a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), dentre outras entidades e secretarias do estado. A atenção para a conjunção de métodos de produção industrial menos prejudiciais ao ecossistema e condições laborais mais dignas é destacada por Waldélia Garcia, chefe de departamento da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).
Este projeto ressalta o imenso potencial da região Amazônica em ser protagonista na economia sustentável, onde a biodiversidade singular pode ser o diferencial para agregar valor a produtos regionais e, paralelamente, desenvolver processos que respeitem os ciclos naturais. Cabe destacar que a bioeconomia é uma dinâmica global de expressivo impacto financeiro e social, movimentando cerca dois trilhões de euros e gerando aproximadamente vinte e dois milhões de empregos ao redor do mundo, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).