Pesquisa da UC San Diego revela sucesso na biodegradabilidade de microplásticos à base de planta

Em uma inovação significativa para a sustentabilidade global, a Universidade da Califórnia em San Diego e a empresa de ciência dos materiais Algenesis demonstraram que os polímeros à base de plantas podem se biodegradar até o nível de microplástico em menos de sete meses, segundo pesquisa publicada na Nature Scientific Reports.

O estudo, conduzido por uma equipe composta por professores, ex-alunos e cientistas de pesquisa da UC San Diego, vem como uma resposta aos crescentes desafios ambientais e de saúde apresentados pelos microplásticos. O professor de Química e Bioquímica Michael Burkart, coautor do artigo e cofundador da Algenesis, declarou que, apesar de ainda estarmos apenas começando a compreender as implicações dos microplásticos, a busca atual é por materiais substitutos que se biodegradem no término de seu ciclo de vida útil.

O alcance dessa descoberta representa um avanço na medida em que materiais previamente compostos por algas mostraram-se capazes de desaparecer em condições de compostagem, agora confirmados em escala micropartícula. Robert Pomeroy, outro coautor do estudo e também cofundador da Algenesis, evidenciou a intensão inicial de seis anos atrás para que o polímero fosse inteiramente biodegradável.

Para comprovar a biodegradabilidade do produto, a equipe triturou o material em micropartículas e utilizou três diferentes métodos de medição. O primeiro envolveu um respirometro, que mede o CO2 liberado por microorganismos durante a decomposição do material no compost. Os resultados indicaram uma biodegradabilidade comparável à celulose, padronizada como 100% biodegradável.

O segundo método foi a flutuação em água. Em uma medida feita entre 90 e 200 dias, recuperou-se quase a totalidade dos microplásticos à base de petróleo, mostrando que não houve biodegradação. Em contraste, constatou-se que apenas 32% do polímero de base algal foi recuperado após 90 dias, e meros 3% após 200 dias, demonstrando que aproximadamente 97% dele biodegradou-se.

A análise final, através de cromatografia gasosa/espectrometria de massa (GCMS), identificou a presença dos monômeros originais do plástico, evidenciando sua quebra aos materiais vegetais iniciais. Adicionalmente, observações por microscopia eletrônica de varredura revelaram como os microorganismos colonizam os microplásticos biodegradáveis durante a compostagem.

A relevância dessas descobertas é destacada por Stephen Mayfield, coautor do estudo e professor na Escola de Ciências Biológicas, que frisa a importância deste plástico não apenas no contexto dos aterros saturados, mas também no sentido de que ele não contribui para o agravamento das questões de saúde pública.

No âmbito industrial, a Algenesis está progredindo na adaptação do novo material ao equipamento de fabricação pré-existente, desenhado inicialmente para plásticos tradicionais. A parceria com empresas como a Trelleborg, para uso em tecidos revestidos, e a RhinoShield, na produção de capas de celular, ilustra a viabilidade e o potencial de adoção dessa nova geração de polímeros sustentáveis no mercado.

Esse avanço traz perspectivas promissoras, como enfatizado por Burkart, contrapondo o ceticismo inicial com uma realidade inovadora e esperançosa de que se é possível atingir um futuro mais sustentável.


Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/welcome-biodegradable-microplastics/

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