Pesquisa arqueológica na amazônia descortina passado povoado e desafios atuais

A arqueologia na Amazônia revelou dados surpreendentes sobre a densidade populacional histórica da região, desafiando concepções anteriores que enxergavam uma vasta floresta inabitada. Segundo o pesquisador Eduardo Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, recentes descobertas apontam para uma Amazônia que no passado abrigou entre 8 e 10 milhões de pessoas. A conferência ‘Estado da Arte da Pesquisa Arqueológica na Amazônia’, a ocorrer no Auditório FAPESP, discutirá esses achados revolucionários.

Neves, que também presidiu a Sociedade de Arqueologia Brasileira, trará à luz o papel significativo dos povos indígenas antigos na transformação do ambiente amazônico. Sua exposição mostrará como a região foi palco de práticas agrícolas independentes, alterando radicalmente a compreensão histórica da ocupação humana na selva. As pesquisas indicam uma complexa estrutura urbana que precisa ser melhor entendida à luz desses novos dados.

Contudo, a expansão do conhecimento arqueológico vem acompanhada de preocupações crescentes quanto ao futuro da Amazônia. Eduardo Neves pontuará como quase 20% da cobertura florestal brasileira foi perdida nas últimas quatro décadas, uma perda significativa que ameaça a continuidade dos avanços científicos e culturais da região.

A importância desse encontro reside também na discussão de estratégias frente a essas ameaças ambientais. Serão apresentadas iniciativas da comunidade arqueológica brasileira em resposta aos desafios impostos pela aceleração do desmatamento e pelas pressões sobre os povos indígenas.

O evento, que será moderado por Maria de Fátima Morethy Couto da UNICAMP, servirá como palco para um balanço dos estudos realizados nos últimos 15 anos e para estimular uma reflexão mais profunda sobre a contribuição da pesquisa científica para a preservação do patrimônio histórico e natural da Amazônia.

O perfil intelectual e acadêmico de Eduardo Neves, que possui ampla experiência internacional e uma contribuição notável para a arqueologia, garantirá um panorama detalhado e criterioso, contribuindo para o avanço da bioeconomia e políticas sustentáveis.

A 2ª Conferência FAPESP de 2024, marcada para o dia 22 de março, será uma oportunidade ímpar para profissionais da arqueologia, ecologia, e áreas afins, expandirem sua compreensão sobre a interação entre as sociedades ancestrais e o ambiente amazônico, assim como a urgência em proteger este patrimônio frente aos desafios contemporâneos.

Data: 22/março/2024

Inscrições para o evento: https://fapesp.br/eventos/2conf2024_inscricao

Fonte: Agência FAPESP. ‘A arqueologia amazônica e o futuro da floresta serão tema da 2ª Conferência FAPESP de 2024’.

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