Em um evento decisivo para a discussão de políticas climáticas, o Pará destacou seus preparativos para sediar a COP 30, marcada para 2025 em Belém. A apresentação foi realizada na II edição da Conferência Brasileira Clima e Carbono em São Paulo, onde Raul Protázio Romão, titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), compartilhou estratégias sobre a implementação do sistema REDD+ e as expectativas para os próximos encontros climáticos internacionais.
Durante sua apresentação, Romão destacou a jornada do Pará na estruturação de seu Sistema Jurisdicional de REDD+, uma medida inovadora na região, projetada para a comercialização de créditos de carbono no mercado voluntário. Esta infraestrutura visa captar recursos suportados pela redução do desmatamento, com uma linha de base estabelecida entre 2018 e 2022. A partir dessa média, o Pará espera reduzir significativamente o desmatamento até 2027, transformando essa redução em ativos financeiros que podem ser comercializados.
O secretário enfatizou a importância estratégica desse sistema para mitigar o impacto ambiental, considerando que aproximadamente 75% das emissões do estado se originam do desmatamento. “Precisamos de uma abordagem macro para enfrentar as ilegalidades e uma mudança no sistema produtivo e de uso da terra no Estado”, afirmou Romão, ressaltando a necessidade de políticas públicas abrangentes que contemplem comandos, controles e uma significativa reestruturação dos paradigmas locais de produção e conservação.
Romão também abordou o engajamento social e a importância de conectar as pautas climáticas à participação da sociedade, um ponto que ele espera ser um diferencial na COP 30, a ser realizada em Belém. Ao contrário das edições anteriores, que focaram principalmente em negociações técnicas, a expectativa para 2025 é que haja um maior envolvimento do público, incentivando uma reconexão entre as populações locais e as questões ambientais.
A Conferência Brasileira Clima e Carbono, promovida pela Aliança Brasil NBS, é um fórum que reúne especialistas em sustentabilidade, profissionais do setor e representantes governamentais. Neste palco, a estratégia do Pará foi discutida ao lado de líderes como Carla Zorzanelli da Aliança Brasileira NBS, Guilherme Lefèvre da Fundação Getúlio Vargas, e Nathalie Flores da UN Climate Change, compondo um painel diversificado que abordou as nuances e desafios do mercado de carbono.
A COP 30 em Belém busca não apenas responder às questões climáticas urgentes, mas também reposicionar o Brasil como um protagonista em soluções sustentáveis, integrando a natureza de forma intensa ao discurso econômico e social. Este evento promete ser um marco no calendário ambiental global, ampliando a visibilidade das iniciativas estaduais e suas adaptações frente aos desafios climáticos contemporâneos.