A confluência entre agricultura familiar, sustentabilidade e alimentação escolar saudável é evidenciada em uma nova iniciativa robusta capitaneada pelo Fundo Amazônia, que destina R$ 336 milhões para integrar a produção de agricultores familiares à rotina alimentar dos alunos da rede pública. A proposta amplia o escopo de atuação dos agricultores, que agora inclui quilombolas, assentados, grupos de mulheres, povos indígenas e comunidades tradicionais, potencializando o consumo de produtos oriundos da sociobiodiversidade.
Segundo a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, o modelo adotado é inovador por sua abordagem integrada de demanda e oferta. São até R$ 336 milhões do Fundo Amazônia a serem alocados, promovendo práticas sustentáveis no cultivo e utilização dos alimentos nas instituições educacionais da região da Amazônia Legal, que compreende nove estados. A expectativa é que o modelo vigente possa ser replicado em outras partes do país.
O programa “Amazônia na Escola: Comida Saudável e Sustentável” é um esforço colaborativo entre o BNDES, responsável por gerir o Fundo, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e ministérios relacionados ao agro, desenvolvimento social, família e meio ambiente. Um acordo de cooperação técnica entre essas instituições balizará a implementação da chamada pública.
Cada projeto selecionado receberá um aporte de no mínimo R$ 10 milhões, impactando 56 municípios e assinalando uma nova etapa do Fundo Amazônia, centrada em projetos estruturantes de larga escala e repercussão. Para Tereza Campello, esta iniciativa é crucial para sedimentar um modelo de desenvolvimento justo e sustentável ancorado na bioeconomia, contrapondo-se às atividades que geram desmatamento. Os projetos selecionados enfrentarão desafios regionais, promovendo emprego, justiça social, conservação ambiental e fortalecimento econômico local.
Entidades como fundações de direito privado, associações civis e cooperativas estão aptas a participar. Serão escolhidos dois projetos para atuação no Pará e um para cada um dos demais estados amazônicos: Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, Amazonas, Maranhão e Mato Grosso. As diretrizes para submissão de projetos estão disponíveis na plataforma Fundo Amazônia.
