A Universidade Estadual Paulista (Unesp) sediou, entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro, o evento Key Technologies in Bioeconomy 2024, que foi palco para um relevante encontro de mais de 50 pesquisadores de renome internacional em bioeconomia. O evento ocorreu na Reitoria da universidade, em São Paulo, e em Ubatuba, reunindo instituições parceiras da Aliança Global em Bioeconomia, como a Universidade Técnica de Munique, a Universidade de Queensland, e a Universidade Técnica da Dinamarca. A iniciativa buscava promover a colaboração em projetos científicos e fomentar debates sobre bioeconomia.
Um dos pontos altos do evento foi a discussão em torno dos princípios recentemente estabelecidos pelo G20 para uma transição global sustentável. Este documento, apoiado por consenso entre as principais economias mundiais, ressalta a importância da bioeconomia na promoção de práticas de produção e consumo sustentáveis, conservação da biodiversidade, e equidade social. Estes princípios foram amplamente celebrados pelos participantes, destacando-se a fala de Christian Patermann, considerado o ‘pai’ da bioeconomia na Europa, que sublinhou a importância histórica do acordo realizado pelo G20.
Durante o encontro, os pesquisadores tiveram a oportunidade não apenas de compartilhar seus trabalhos e experiências, mas também de explorar novas possibilidades de financiamento para projetos em bioeconomia no Brasil. A visita ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais em Campinas ofereceu uma visão sobre os maiores investimentos nacionais em ciência. Além disso, Carlos Graeff, da Fapesp, destacou os programas de fomento à pesquisa que recebem 1% do total da arrecadação tributária estadual, sinalizando um forte apoio à inovação científica.
A universidade recebeu participantes de instituições globais para diferentes exposições, como a de Andreas Worberg, do DTU Biosustain da Dinamarca, que trouxe inovações para processos industriais sustentáveis. O brasileiro Guilherme Bueno apresentou a Aquários de Ideias, primeira incubadora de empresas de base tecnológica no Vale do Ribeira. A Biomonetize, startup incubada, ilustrou como a bioeconomia pode oferecer soluções práticas a setores tradicionais e incrementar o desenvolvimento local por intermédio da inovação.
A relevância da bioeconomia como foco de investimento para mitigação das mudanças climáticas foi um tema recorrente, destacando-se como uma plataforma de desenvolvimento sustentável. Volker Sieber da TUM, presidente da Aliança Global para a Bioeconomia, enfatizou que o Brasil é um ponto focal para a bioeconomia, devido à sua rica biodiversidade. Ele também apontou que o compromisso dos governos com essa agenda pode impulsionar ainda mais as atividades científicas e tecnológicas no setor.
A semana de atividades também incluiu a Summer School em Bioeconomia, organizada pela Pró-Reitoria da Unesp, que contou com doutorandos de diferentes instituições e eventos como visitas a laboratórios de pesquisa e usinas de etanol. As atividades distribuídas entre os campi da Unesp consolidam a importância da academia na integração de conhecimentos e na formação de novas gerações de pesquisadores preparados para enfrentar os desafios da bioeconomia.
A Unesp, com este evento, reforça sua posição estratégica no âmbito da bioeconomia, não só como uma plataforma de colaboração multinacional, mas também como um centro capaz de mobilizar recursos e talentos para transformar a teoria em aplicação prática real, contribuindo para solucionar alguns dos maiores desafios ambientais e sociais da atualidade.