Estudo brasileiro destaca variações no rendimento e propriedades fitoquímicas de morangos

Na constante busca por inovações na bioeconomia circular, um estudo brasileiro trouxe à luz novos insights para o cultivo de morango em condições de substrato e estufa. A pesquisa, focada na produção e perfil fitoquímico de frutos e folhas de sete genótipos de morango, estabeleceu grupos heterogêneos, com destaque para as variedades ‘Fronteras’ e ‘Monterey’, mais produtivas, e ‘Camino Real’, que apresentou frutos com a maior concentração de polifenóis.

Adentrando os números, a análise multivariada identificou o ‘Fronteras’ não apenas como um líder em produtividade, mas também por produzir folhas com um rico perfil fitoquímico. Paralelamente, o ‘Camino Real’, mostrou atividade antioxidante elevada, tanto em suas folhas quanto nos frutos.

Os pesquisadores chamam a atenção para o reaproveitamento das folhas descartadas no cultivo, um exemplo de prática circular sustentável. Estas folhas, geralmente consideradas subprodutos, abrigam biomoléculas com propriedades antioxidantes, podendo ser direcionadas para a indústria farmacêutica e agroalimentar, transformando-se numa nova fonte de receita para os produtores. A descoberta, incluindo a presença pioneira de 3-hidroxitirosol em folhas de morango, sugere um caminho promissor para a valorização de todos os órgãos da planta.

O escopo da pesquisa não se limitou à identificação de potenciais industriais dos subprodutos, mas também pautou o entendimento das disparidades genéticas no que tange ao rendimento e à composição fitoquímica tanto de frutos quanto de folhas. O cruzamento destes dados fornece direcionamento estratégico para a escolha de genótipos que otimizem a produção e valorizem a utilização integral do morangueiro.

Os autores apontam que a genética ‘Camino Real’ tem valor agregado pela otimização e comercialização possível de todos os órgãos da planta produzidos. Em contraste, ‘Fronteras’ ressalta-se ao incrementar o rendimento de frutos e pela utilização de suas folhas como subproduto expressivo na cadeia produtiva do morango.

Trata-se de um avanço que reconfigura as práticas atuais de manejo e comercialização do morango, conferindo viabilidade à implementação de um modelo de bioeconomia circular pela indústria agrícola. Tal movimento demonstra um significativo potencial para estratégias de marketing direcionadas para a sustentabilidade e para a valorização de todos os componentes da planta cultivada.

Os dados apontam para uma necessária revisão das práticas de manejo na agricultura de morangos, abrindo um leque de possibilidades para a utilização de genótipos com múltiplas finalidades, e um planejamento para incorporação de subprodutos anteriormente desconsiderados na cadeia produtiva.

Fonte: Circular bioeconomy in strawberry cultivation: phytochemicals in fruits and leaves, and yield potential of seven genotypes

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