Em 2024, a luta contra o desmatamento ganha novas ferramentas e estratégias, refletindo um compromisso global crescente com a sustentabilidade ambiental. A União Europeia (UE), pioneira em políticas de proteção ambiental, implementa legislação inovadora que proíbe a venda ou exportação de uma variedade de commodities produzidas em terras desmatadas. Essa medida exige dos vendedores uma precisão sem precedentes na identificação da origem de seus produtos, incluindo a localização geográfica exata. As penalidades por não cumprimento são severas, incluindo proibições e multas de até 4% do faturamento anual da empresa infratora na UE.
Essa abordagem legislativa da UE é um exemplo do “Efeito Bruxelas”, influenciando outras jurisdições a adotarem práticas similares. No entanto, a eficácia dessa medida dependerá fortemente da aplicação rigorosa dessas novas regulamentações. Nesse contexto, a digitalização surge como um facilitador chave, permitindo novas maneiras de monitorar e aplicar essas leis de forma eficiente.
Organizações como a Farmerline estão na vanguarda da rastreabilidade da cadeia de suprimentos, oferecendo aos agricultores a capacidade de digitalizar suas operações. Isso não só facilita o cumprimento das regulamentações, mas também abre acesso a práticas agrícolas sustentáveis, financiamento flexível e mercados de commodities internacionais. A digitalização, portanto, não é apenas uma ferramenta para a conformidade, mas também um meio para promover a resiliência e a prosperidade dos pequenos agricultores.
Além disso, a luta contra o desmatamento é reforçada pelo avanço tecnológico em hardware. Drones leves e mini-satélites são agora capazes de plantar sementes e monitorar a degradação florestal em tempo quase real, respectivamente. Isso não apenas melhora a eficiência na restauração das florestas, mas também oferece uma vigilância constante e atualizada das áreas em risco.
Essas inovações são cruciais, considerando o objetivo global de proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, conforme estabelecido na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O Objetivo 15 dessa agenda enfatiza a necessidade urgente de deter o desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar o reflorestamento em todo o mundo.
Em suma, 2024 marca um ano decisivo na luta global contra o desmatamento. Com a combinação de legislação rigorosa, avanços tecnológicos e uma abordagem integrada à gestão sustentável das florestas, estamos testemunhando um momento de transformação significativo na preservação dos nossos ecossistemas terrestres.
Fonte: https://www.wired.com/story/digitization-beats-deforestation/