A demanda por construções sustentáveis está crescendo significativamente, ultrapassando a oferta disponível no mercado. De acordo com um novo relatório da JLL, houve um prêmio de aluguel de mais de 7% em edifícios de escritórios com certificação verde em grandes mercados nos Estados Unidos e no Canadá. Este aumento na demanda é impulsionado pelas empresas que buscam atender a compromissos de neutralização de carbono e minimizar custos operacionais, o que torna as certificações verdes menos uma diferenciação e mais uma exigência.
O relatório destaca que apenas 34% da demanda por espaços de trabalho de baixo carbono será atendida nos próximos anos, em 20 principais mercados de escritórios. Com esta lacuna entre a demanda antecipada e os projetos atuais de desenvolvimento, há um superávit de demanda de 109,8 milhões de pés quadrados para espaço de escritório de baixo carbono nesses mercados.
O relatório de JLL sugere que, para diminuir as emissões e aumentar a resiliência, os proprietários e operadores de edifícios devem adquirir energia verde fora do local, gerar energia verde no local, descarbonizar os suprimentos de energia, realizar reformas para otimizar a eficiência energética dos ativos e otimizar a eficiência operacional e o cálculo de carbono. Medidas como melhor isolamento para reduzir ganhos ou perdas de calor, características de resfriamento como persianas externas e materiais que alteram a quantidade de calor absorvido e refletido dependendo da temperatura do ar externo foram recomendadas.
Além da crescente demanda por prédios sustentáveis, o relatório identifica maiores custos associados ao risco climático e regulamentações cada vez mais rigorosas como fatores críticos no setor imobiliário. Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações, tempestades e secas, têm implicações significativas para os proprietários de edifícios, causando interrupção operacional, escassez de trabalhadores, danos a edifícios e infraestruturas e, consequentemente, custos operacionais mais altos para empresas que falham em adotar medidas de mitigação apropriadas.
Conforme estimativas da First Street Foundation e da empresa de engenharia Arup, os custos anuais decorrentes de danos por inundações nos EUA chegarão a 16,9 bilhões de dólares até 2052. Entretanto, o risco climático ainda representa um ponto cego para algumas empresas, conforme 83% dos ocupantes identificam questões climáticas como um risco financeiro, mas apenas 23% dos executivos estão desenvolvendo planos de contingência para interrupções baseadas no clima nos próximos 12 a 18 meses, conforme uma pesquisa da PwC em 2023.
Empresas que operam em várias cidades precisarão estar atentas às políticas futuras e em evolução para evitar penalidades financeiras e danos à reputação. Termos de financiamento cada vez mais caros para ativos que não atendem aos padrões em evolução, prêmios de seguro mais altos para edifícios não resilientes ou em locais vulneráveis, e planejamento de capital de longo prazo mais complicado à medida que os riscos físicos se tornam mais previsíveis são alguns dos possíveis resultados destacados por JLL.
A JLL expressa otimismo sobre o potencial dos microgrids para ajudar as cidades a atender a demandas de energia mais elevadas e distribuir energia localmente aos edifícios conectados independentemente da rede elétrica principal. Estas adaptações seriam passos na direção certa para o alinhamento com as expectativas de um mercado cada vez mais voltado para a sustentabilidade e resiliência.
