A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, conhecida como COP28, suscitou discussões acaloradas sobre o futuro do clima global. Realizada em Dubai, a conferência reuniu expressiva participação internacional e, apesar de críticas iniciais, experts analisaram avanços significativos que emergiram do evento, destacando perspectivas promissoras para o Brasil.
Em um marco sem precedentes para os encontros climáticos, os combustíveis fósseis foram diretamente endereçados no texto final da COP28. Esta menção é vista por especialistas como um sinalizador crítico da transição energética, prenunciando a paulatina eliminação desses combustíveis da matriz energética global. Esse avanço é interpretado como uma vitória da ciência, que há décadas alerta para a necessidade dessa mudança, e pavimenta o caminho para futuras negociações climáticas.
Importante para o fortalecimento do combate às alterações climáticas foi a constituição de um fundo de perdas e danos. Este fundo será destinado a compensar os países em desenvolvimento pelos impactos adversos do fenômeno climático, refletindo um compromisso tangível dos países desenvolvidos. Apesar do montante inicial já comprometido, reconhece-se que os valores necessários são significativamente superiores, causando insatisfação em função da administração deste fundo pelo Banco Mundial, o que gerou contrariedades entres alguns países participantes.
Outro ponto de destaque foi a nova meta global de adaptação climática introduzida, com previsão de ser um tema central na próxima COP, a ser realizada no Brasil em 2025. A expectativa é que, até 2030, sejam desenvolvidos indicadores qualitativos e quantitativos para mensurar os avanços em adaptação aos desafios climáticos, insinuando um paralelo com as metas de mitigação estabelecidas para limitar o aquecimento global.
O Brasil, que compareceu com uma delegação recorde, foi salientado por sua participação ativa e pela ambição das metas estabelecidas. Entre as iniciativas internas, destacam-se o redirecionamento para uma matriz energética limpa, a erradicação do desmatamento e o início do projeto de Arco do Reflorestamento, com foco na recuperação de áreas atingidas pelo desflorestamento. Estes objetivos, que foram definidos como essenciais até o ano de 2030, representam desafios substanciais que demandarão engajamento coletivo e liderança governamental.
A COP28, com seus 100 mil participantes, demonstrou ser um evento de transformações, lançando luz sobre ações climáticas críticas e incitando o redirecionamento para práticas mais sustentáveis em esfera internacional. O evento proporcionou discussões vitais, delineou metas ambiciosas e proporcionou uma agenda de ações climáticas para a próxima década, representando momentos significativos nos esforços contínuos para combater as mudanças climáticas e promover um futuro mais sustentável.