Uma mudança significativa no panorama alimentar da Espanha foi destacada por uma recente pesquisa revelando que aproximadamente 48% dos consumidores espanhóis reduziram seu consumo de carne no último ano. Este dado impressionante aponta para uma alteração considerável nos padrões dietéticos do país, que, historicamente, possui uma culinária rica em carnes.
A pesquisa Pan-Europeia, realizada em colaboração entre a organização ProVeg International, a Universidade de Copenhague e a Universidade de Ghent, contou com a participação de 7.500 respondentes e incluiu vários países europeus. Na Espanha, que é o quarto maior mercado de alimentos à base de plantas da Europa, com vendas estimadas em aproximadamente €500 milhões entre 2020 e 2022, a adoção de uma dieta baseada em vegetais parece estar ganhando terreno.
As razões para essa transição são influenciadas pelo crescente senso de confiança no consumo de produtos à base de plantas. Em três anos, revela o estudo, 45% das pessoas na Espanha ampliaram sua confiança nesses produtos, sobretudo devido à percepção de segurança alimentar (73%), precisão da rotulagem (71%) e confiabilidade (70%). A pesquisa também reflete um apelo dos consumidores pela eliminação de impostos sobre produtos que promovam a saúde e reduzam o impacto ambiental.
Destacando a relevância desta tendência alimentar, Verónica Larco Jiménez, diretora de comunicação da ProVeg Espanha, comentou que o setor está crescendo e evoluindo, com consumidores cada vez mais informados e conscientes quanto ao meio ambiente. Não procuram apenas por qualquer produto — exigem qualidade, bons perfis nutricionais e capacidade de satisfazer os paladares mais exigentes.
Este cenário alimenta expectativas promissoras para as empresas veganas na Espanha. Um relatório de 2023 conduzido pela Universidad Pontificia Comillas mostrou que 75% das empresas veganas esperam um crescimento “favorável” ou “muito favorável” do veganismo no país nos próximos dois anos.
Especialistas do setor acreditam que as dinâmicas de mercado indicam não apenas uma mudança nos hábitos de consumo, mas também possíveis reconfigurações nas políticas públicas. Reconhecimentos pautados em saúde e sustentabilidade poderão moldar o futuro das diretrizes alimentares e, mais amplamente, do cenário econômico ligado à bioeconomia.
Fonte: https://vegconomist.com/market-and-trends/48-of-spanish-consumers-reduced-meat-consumption/