Em uma perspectiva revolucionária para o tratamento do câncer, um avanço significativo chega através da terapia com citocinas IL-2, especificamente os superquinas IL-2 ou citocinas inteligentes, projetados para superar os efeitos colaterais adversos de tratamentos anteriores e potencialmente transformar o cuidado do câncer como o conhecemos.
Desde a aprovação da terapia citocina IL-2 para câncer de rim em 1992, preocupações sobre segurança surgiram devido às toxicidades provocadas pelo tratamento. Hoje, a inovação chega sob a forma de superquinas IL-2, desenvolvidas para evitar os efeitos colaterais ao limitar a ativação das células T regulatórias (Treg) e amplificar a resposta imunológica contra células de câncer. A empresa de biotecnologia americana, Mural Oncology, surge como líder neste espaço com o medicamento nemvaleukin, que já se encontra em fases avançadas de ensaios clínicos.
O nemvaleukin, uma proteína de fusão estável que não se degrada para a IL-2 nativa, promove uma resposta imunológica mais duradoura e potente, oferecendo esperança especialmente para casos de melanoma mucoso e câncer de ovário resistente ao platino (PROC). A profundidade e durabilidade das respostas observadas neste tratamento inovador – as medianas de duração da resposta em PROC ultrapassam 65 semanas comparativamente aos cerca de 15 semanas sob cuidados padrões – demarcam um marco disjuntor na oncologia imunoterapêutica.
A Administration (FDA) dos EUA concedeu tanto a designação de medicamento órfão quanto a via rápida (fast track) para o nemvaleukin em ambos os cânceres citados, o que acelera a sua avaliação clínica. Outras entidades, como Salspera, Philogen, Anaveon, Medicenna e Xilio Therapeutics, também avançam com seus próprios candidatos a superquinas IL-2 em ensaios clínicos de fase 2.
Ademais, gigantes farmacêuticas como Roche e BioNTech não ficam para trás no interesse por superquinas IL-2, com candidatos distintos em fase de testes. Contrariamente, algumas companhias, tais como Sanofi e o esforço colaborativo entre Bristol-Myers Squibb e Nektar Therapeutics, tiveram que abandonar seus respectivos projetos após falhas em atingir resultados clínicos expressivos.
Apesar dos desafios passados e da complexidade envolvida no tratamento de câncer, a confiança de Caroline Loew, CEO da Mural Oncology, e os avanços da terapêutica das superquinas IL-2 oferecem um vislumbre de otimismo no horizonte para pacientes enfrentando tipos de câncer com taxas de sobrevivência historicamente baixas. O interesse iminente da ciência e da indústria em superar as limitações antigas reflete um compromisso com a inovação dirigida a um futuro onde a bioeconomia e a engenharia biomédica trazem soluções tangíveis para desafios que uma vez pareceram intransponíveis.
Fonte: https://www.labiotech.eu/more-news/il-2-smart-cytokines/