O investimento sustentável vem ganhando cada vez mais importância no cenário financeiro global, impulsionado pela compreensão da relação entre os fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) e o desempenho financeiro. Uma análise histórica revela que o investimento sustentável, ou investimento socialmente responsável (SRI), avançou de práticas religiosas e éticas seculares para abordar conscientemente questões ambientais e sociais ao longo das últimas décadas.
Desde os protestos contra a Guerra do Vietnã até a criação do Domini 400 Social Index, o caminho para a sustentabilidade foi pavimentado por iniciativas que excluíam ‘ações pecaminosas’ e promoviam um envolvimento corporativo mais positivo. A emergência de instrumentos financeiros focados na sustentabilidade, como os ‘green bonds’, e as diretrizes regulatórias desenvolvidas por organizações como a UN PRI e as metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, têm sido cruciais na definição da direção do investimento sustentável.
Regiões como Estados Unidos e Europa lideram o movimento global de investimentos sustentáveis, enquanto iniciativas e instrumentos em outras regiões começam a ganhar forma. A pandemia de COVID-19, embora trágica em muitos aspectos, desencadeou uma consciência crescente e uma inclinação para ativos sustentáveis e responsáveis, sinalizando um foco renovado na sustentabilidade em meio a crises.
No entanto, a trajetória dos investimentos sustentáveis não é isenta de desafios. Questões como ‘ESG/SDG-washing’, em que práticas de investimento podem ser rotuladas de sustentáveis sem corresponder às expectativas nesse sentido, e o risco de mercado de nicho, onde a demanda se concentra em um segmento muito específico, são barreiras que precisam ser superadas. O compromisso contínuo dos investidores e a evolução das práticas de gestão de ESG se mostram fundamentais para o futuro do investimento sustentável, e a sua integração em estratégias de investimento mais amplas.
A análise do desempenho financeiro dos fundos sustentáveis em comparação com os fundos tradicionais evidencia um cenário misto. Embora em alguns anos os fundos sustentáveis tenham apresentado retornos superiores aos dos fundos tradicionais, em outros, viram-se ligeiramente atrás. Estudos acadêmicos e do setor financeiro geralmente apontam para a correlação positiva entre a adoção de práticas de ESG e a melhoria do desempenho operacional, redução do custo de capital e valorização das ações.
Olhando para o futuro, espera-se que o investimento sustentável continue a se expandir e a desempenhar um papel estratégico no encaminhamento de recursos para o desenvolvimento sustentável e no combate às mudanças climáticas. O papel vital das partes interessadas – investidores, reguladores, sociedade civil e corporações – continuará a ser fundamental para garantir a integração da sustentabilidade no coração das estratégias de investimento e no funcionamento dos mercados de capitais.
Diante disso, o fortalecimento da transparência e o aprimoramento dos critérios de ESG serão essenciais tanto para gerar confiança quanto para impulsionar o desempenho no âmbito do investimento sustentável, alinhando cada vez mais o crescimento econômico com a ética ambiental e social. Como profissionais e visionários do setor, é imprescindível manter um olhar crítico e informado sobre as nuances deste mercado em evolução, assegurando que as práticas de negócios sejam verdadeiramente responsáveis e contribuam para um futuro mais sustentável.
Fonte: S. Chandra and A. P. Yadav, ‘Changing Dynamics of Sustainable Investing: Emerging Trends,’ Journal of Informatics Education and Research, vol. 3, no. 2, 2023, doi: 10.52783/jier.v3i2.467.