Nebraska está emergindo como um polo promissor na biomanufatura nos Estados Unidos, impulsionado por quatro fatores principais. O primeiro e mais relevante é a produção de milho, uma das principais culturas do estado, que em 2023 alcançou cerca de 1,73 bilhões de bushels, posicionando Nebraska como o terceiro maior produtor do país. O milho tem um potencial químico versátil, sendo utilizado na fabricação de diversos produtos biobasados, destacando-se o Ácido Polilático (PLA), um monômero termoplástico que pode ser transformado em filme plástico, garrafas e materiais para embrulho. Além disso, o milho pode ser convertido em etileno, um componente essencial para a produção de plásticos como polietileno, cloreto de polivinila e tereftalato de polietileno.
A capacidade do milho de Nebraska em servir como matéria-prima para biocombustíveis também é significativa. Um exemplo recente é a construção de uma planta de combustíveis de aviação sustentável pela DG Fuels no condado de Douglas, um investimento de US$ 5 bilhões que utiliza sobras de milho e promete aumentar a receita agrícola do estado.
Outro fator que potencializa Nebraska é o apoio político. O governador Jim Pillen vem defendendo as oportunidades de mercado na sustentabilidade, promovendo a revitalização econômica rural através da bioeconomia. Nebraska estabeleceu a Iniciativa de Bioeconomia, liderada por Julie Bushell, que visa apresentar o estado como um produtor emergente de matéria-prima industrial de baixo carbono. Esse movimento é alinhado com a Ordem Executiva de Avanço da Biotecnologia e Inovação de Biomanufatura de Biden, que busca fortalecer a capacidade dos EUA em produtos biobasados de alto valor.
A atenção aos mercados de conformidade sustentável surge como o terceiro fator crucial. A crescente demanda por produtos que comprovadamente possuem uma menor pegada de carbono permite que Nebraska forneça bens renováveis compatíveis com as regulações ambientais. O estado ganhou um prêmio competitivo da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, que inclui um fundo de US$ 307 milhões para redução de emissões e descarbonização, apelidado de ONE RED.
Finalmente, o estado se destaca pela sua capacidade já existente de bioprocessamento e pela expertise em P&D biobasado. Nebraska é o segundo maior produtor de etanol de milho nos EUA, principalmente para combustíveis renováveis. Instituições como a empresa Viridis Chemical usam o etanol local para a produção de produtos químicos para tintas, adesivos e cosméticos. A empresa Citroniq, por sua vez, usará etanol para fabricar bioplásticos. Cargill, uma corporação de destaque no estado, abriga em seu campus em Blair uma refinaria de bioprodutos, além de iniciativas em parceria com empresas internacionais como Evonik e Novonesis, que participam na produção de produtos de alta especialização como ácidos graxos ômega-3.
Com um forte suporte agrícola, político e econômico, Nebraska está bem posicionado para se tornar um líder na biomanufatura, aproveitando seu conhecimento em bioprocessamento e adaptando-se às exigências dos mercados de conformidade ambiental. À medida que o estado continua a alavancar esses quatro fatores, o potencial de crescimento econômico orgânico e sustentável no setor de bioeconomia se torna ainda mais promissor.
Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/the-four-factors-behind-nebraskas-biomanufacturing-potential/