Uma proposta inovadora busca transformar a forma como a bioeconomia é impulsionada através da pesquisa científica. O modelo defendido, chamado de “PO-driven model”, sugere que oficiais de programa de agências de financiamento se tornem catalisadores de pesquisa aplicada, encorajando colaborações interdisciplinares entre pesquisadores que, em muitos casos, desconhecem uns aos outros.
A ideia central gira em torno da evolução convergente, um fenômeno natural onde diferentes espécies desenvolvem características semelhantes como resposta a desafios ambientais semelhantes. Da mesma forma, pesquisadores trabalhando em linhas paralelas de pesquisa básica podem alcançar descobertas convergentes que, se conectadas, podem levar a soluções inovadoras, aplicáveis em campos diversos, da saúde à agricultura.
Os autores do estudo defendem que Program Officers, ou POs, tenham um papel mais ativo em visualizar e estabelecer redes de colaboração ao nível de pesquisa, aproveitando sua posição privilegiada para identificar oportunidades de sinergia entre estudos complementares.
Exemplos já colocados em prática incluem estudos sobre o desenvolvimento do endosperma em plantas, com inspirações nas linhagens evolutivas de insetos, onde ambos compartilham estratégias semelhantes para sustentar a nutrição celular através de mecanismos de divisão e comunicação celular.
Outro foco potencial reside na colaboração entre o NSF e o USDA para entender como alterações no cytoskeleton das plantas podem influenciar diretamente o tamanho e a qualidade dos grãos, prometendo impactos significativos na produção agrícola e na captura do carbono, fatores essenciais para a sustentabilidade alimentar e ambiental.
A relevância prática da pesquisa convergente também se manifesta na exploração de canais de comunicação inusitados entre células, descoberta que já transformou a abordagem de doenças virais e degenerativas, abrindo portas para terapias inovadoras que se beneficiam de pesquisas coordenadas.
Por fim, o artigo enfatiza a necessidade de uma visão abrangente, um “bird’s-eye view”, onde a colaboração entre agências possa criar uma infraestrutura de apoio para avanços científicos dinâmicos. Os resultados podem se traduzir em uma bioeconomia poderosa, capacitada a lidar com desafios globais, transformando descobertas básicas em aplicações práticas significativas.