O setor emergente da bioeconomia ganha cada vez mais destaque como uma alternativa viável para um futuro sustentável. Um dos protagonistas dessa transformação é a alga, apontada como fonte promissora de matérias-primas biológicas para a indústria química. As algas, devido à sua alta eficiência de recursos, tornam-se opções atraentes em contrapartida à biomassa terrestre, uma vez que podem produzir biomassa em larga escala com a necessidade de menos insumos.
No entanto, o caminho para expandir o cultivo de algas para níveis industriais requer cuidados com a sustentabilidade, priorizando a mitigação de impactos ambientais. Ainda, é necessário considerar que projetos extensos de cultivo, especialmente em águas abertas, podem gerar efeitos distorcivos no meio ambiente.
As atividades econômicas incluídas na bioeconomia abrangem desde startups laboratoriais focadas em microorganismos geneticamente customizados para usos industriais, até pequenas equipes de pesca comercializando em mercados locais. Quando se trata de políticas públicas, o termo bioeconomia muitas vezes se refere a atividades de valor agregado escalável em detrimento da produção agrícola.
Materiais biobaseados, por exemplo, processam materiais biológicos para produção de bens mais complexos, com foco em sustentabilidade em comparação a alternativas baseadas em petróleo. Esses segmentos de maior valor dependem substancialmente da agricultura e da pesca, que fornecem os materiais biológicos para a indústria avançada. O bioplástico é um desses bioprodutos, oriundo da transformação de biomassa em biopolímeros, que após processamento originam os plásticos com base biológica.
Na arena dos biocombustíveis, as fontes mais convencionais incluem cultivos como milho e cana-de-açúcar, que são projetados para substituir combustíveis fósseis. No entanto, para atingir um patamar de sustentabilidade superior, pesquisas estão em curso para desenvolver biocombustíveis a partir de fontes menos intensivas em recursos, como algas e subprodutos de resíduos. Apesar dos esforços, tais alternativas ainda não atingiram um nível de produção escalável.
Outro termo vital na discussão da bioeconomia é o de ‘biomassa’, usado muitas vezes como sinônimo de matéria-prima, embora não se restrinja somente a isso. Biomassa abrange tanto materiais economicamente úteis quanto aqueles que possuem importância ecológica, sem necessariamente serem aproveitados industrialmente.
Circularidade é um conceito chave no setor, onde o objetivo é manter os insumos materiais em circulação na economia pelo maior tempo possível, reduzindo a necessidade de extrair novas matérias-primas e limitando o acúmulo de resíduos descartados. Nesse contexto, os produtos da bioeconomia circular são projetados para serem reintroduzidos em outras aplicações, contribuindo para a sustentabilidade do sistema.
O biodegradável é um aspecto de relevância, marcando a capacidade de um material em decompor-se naturalmente pela ação de micro-organismos. Entretanto, é fundamental distinguir produtos biobaseados que são biodegradáveis daqueles que não o são, pois até mesmo plásticos derivados de plantas podem se tornar prejudiciais ao meio ambiente se processados de forma a imitar seus equivalentes petroquímicos, como o polietileno.
Visando uma compreensão profunda e uma gestão eficiente dos impactos ambientais, a avaliação do ciclo de vida (ACV) surge como uma metodologia para mensurar as pegadas ecológica e de carbono de produtos, sejam eles biobaseados ou não. Este método acompanha a vida do produto desde a extração de matérias-primas até a gestão ou reciclagem ao fim de sua vida útil.
Em suma, os avanços e discussões em torno da bioeconomia revelam um cenário intricado que conjuga tecnologia, sustentabilidade e inovação, redefinindo práticas industriais e fomentando estratégias para um desenvolvimento mais consciente e integrado aos ciclos naturais.
Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/a-is-for-algae-a-bioeconomy-glossary/