Desenvolvimento sustentável na UE apresenta grande desigualdade territorial

Energia sustentável e agricultura são temas cruciais no desenvolvimento estratégico dos países da União Europeia (UE), conforme aponta um estudo recente. As análises feitas entre 2015 e 2022 destacaram uma diferenciação territorial significativa tanto no desenvolvimento sustentável da energia quanto da agricultura entre os países membros. Tal investigação revela disparidades marcantes e auxilia no monitoramento de atividades nas áreas em questão.

Os resultados do estudo evidenciam que países como Suécia, Estônia, Finlândia e Áustria lideram as medidas de desenvolvimento energético sustentável, com níveis duas a três vezes superiores aos registrados em países como Chipre e Bélgica. No campo da agricultura sustentável, países como Bulgária e Lituânia se destacam, enquanto nações como Polônia e Malta apresentam os menores índices.

Essas diferenças refletem as políticas nacionais adotadas e a adaptação ao direcionamento de grandes estratégias da UE, como a Política Agrícola Comum. O levantamento é um alerta para a necessidade de políticas mais consistentes e abrangentes, redirecionando esforços para realinhar objetivos dentro do prazo estipulado pela Agenda 2030.

O estudo também sublinha que, apesar dos resultados positivos no desenvolvimento sustentável em alguns países até 2020, houve uma reversão de tendências em 2021 e 2022. Fatores externos como a pandemia de COVID-19 e a guerra na Ucrânia são citados como elementos de impacto, evidenciando a necessidade de resiliência e adaptação nas estratégias de longo prazo.

Do ponto de vista metodológico, a pesquisa utilizou a análise taxonômica para mensurar e comparar os níveis de sustentabilidade energética e agrícola entre os membros da UE, criando medidas sintéticas para facilitar comparações abrangentes que vão além de meros indicadores parciais.

Notoriamente, as conclusões destacam uma ausência de correlação significativa entre os desenvolvimentos da energia sustentável e da agricultura sustentável, sugerindo que políticas focadas em uma área não necessariamente implicam melhorias na outra. A ausência dessa correlação reforça a importância de abordagens integradas e específicas para cada setor.

O estudo serve de base para futuras análises, em especial ao considerar crises e desafios emergentes, como mudanças climáticas e demográficas. Espera-se que os resultados ajudem na formulação de políticas públicas mais sólidas, que aproveitem as experiências de países mais avançados nessas áreas e mantenham uma visão de longo prazo com vistas à sustentabilidade.

Fonte: Sustainable Energy Development and Agriculture in European Union Member States—Territorial Differentiation and Interrelationships

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