Nesta última edição da Valuation Studies, o tema da boa economia é o centro das investigações, introduzindo um conceito que busca entender como práticas econômicas incorporam ideais de bem comum. A pesquisa se divide em dois principais objetivos: explorar como o campo de estudos de valoração e a boa economia se entrelaçam, e examinar o papel da crítica quando a economia se apresenta como benéfica.
A ideia de uma moralidade econômica, conforme apresentado por Marion Fourcade, sugere que a moral é muitas vezes silenciosa, mas presente nas trocas econômicas cotidianas. Este entendimento tradicional é confrontado com epistemologias como as de Max Weber e Adam Smith, que oferecem perspectivas diversas sobre o entrelaçamento da ética com a economia de mercado vigente.
A boa economia se distingue por tentar explicitar esses valores morais e os esforços concretos em justificar trocas econômicas que transcendem a busca por lucro puro. Em vez de apenas servir de suporte discreto para a economia, a proposta é de que o bem seja colocado em destaque, reconfigurando práticas e estruturas econômicas e burocráticas.
Os artigos reunidos no tema investigam como ferramentas de avaliação concretamente operam dentro das economias consideradas boas. Por exemplo, no contexto de adaptação climática, Frantzen discute a política de adição de valores na gestão de recursos hídricos, buscando sinergias entre eficiência econômica e valor recreativo.
Em outro estudo, Kamilla Karhunmaa analisa como economias de compensação de carbono configuram mercados através de práticas de valoração que gerenciam tensões entre homogeneização e diferenciação, demonstrando ciclos iterativos de crítica e reforma. Esta observação é fundamental para tods que desejam entender como surgem e evoluem as boas economias.
José Ossandón e colaboradores detalham a história do desenvolvimento da energia eólica na Dinamarca, ressaltando como instrumentos de avaliação sustentam diferentes economias boas ao longo do tempo. A bioeconomia na Suécia, outro foco de análise, revela como inovação e eficiência podem ser alinhados como valores intrínsecos da boa economia.
A pesquisa encerra com reflexões sobre as implicações contínuas da ligação entre a boa economia e estudos de valoração. À medida que novas formas de valoração se tornam experimentos de integração de valores sociais, naturais e econômicos, o campo continua a oferecer insights críticos sobre como podemos entender e talvez melhorar as economias que compõem nosso mundo cotidiano.
