Princípios de bioeconomia conectam biodiversidade e mudança climática para COP16 e COP30

A conexão entre biodiversidade e mudanças climáticas através dos princípios da bioeconomia está ganhando destaque com a proximidade das conferências COP16 e COP30, conforme evidenciado em discussões recentes no G20. A adoção de princípios de alto nível da bioeconomia pelo G20 representa um marco na transição para um desenvolvimento global sustentável, ligando diretamente os esforços de conservação da biodiversidade com as ações climáticas.

De acordo com Mónica Trujillo, do Instituto de Meio Ambiente de Estocolmo (SEI), esses princípios são fundamentais por estabelecerem uma série de acordos focados em sustentabilidade, circularidade, adição de valor e inovação, buscando implementar a bioeconomia em diferentes regiões. Este conjunto de dez princípios de alto nível busca uma abordagem abrangente, aprendendo com erros passados e inspirando a Rede Latino-Americana de Bioeconomia a explorar processos semelhantes, identificando prioridades, desafios e objetivos específicos para a região durante a transição bioeconômica.

Por outro lado, Hugo Chavarría, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, ressalta que os princípios acordados pelo G20 colocam a sustentabilidade como prioridade. Esta estrutura mais holística não apenas promove o uso eficiente de recursos biológicos, mas também assegura o alinhamento com objetivos ambientais globais, como a redução de emissões de carbono e a conservação da biodiversidade, incentivando uma abordagem colaborativa multidimensional.

Com a chegada da COP16 em Cali, Colômbia, e a COP30 em Belém, Brasil, a utilização estratégica da bioeconomia para unir as agendas de biodiversidade e mudanças climáticas torna-se essencial. Para Trujillo, dentro do contexto da COP16, a bioeconomia deve focar em sua contribuição para a conservação da biodiversidade e restauração da natureza, enquanto na COP30 o foco deve estar em avançar tecnologias que favoreçam a ação climática e a redução de gases de efeito estufa, promovendo uma economia baseada em recursos biológicos.

O próximo ano, sob a presidência do G20 pela África do Sul, será crucial para fomentar plataformas de cooperação entre os centros do SEI na América Latina, África e Ásia. Isso permitirá uma conexão mais sólida, aproveitando soluções locais para desafios comuns associados à riqueza em biodiversidade nas regiões tropicais, mas que também enfrentam significativos desafios socioeconômicos. Espera-se um foco crescido em cooperação Sul-Sul, onde países da América Latina e África troquem experiências e conhecimentos no avanço da bioeconomia.

As oportunidades abertas pelos Princípios de Bioeconomia do G20 não se restringem apenas à América Latina e Caribe, mas também abrangem todos os países tropicais. Nesse cenário, a colaboração entre governos, setor privado, academia e comunidades locais será essencial para transformar esses princípios em ações concretas que conduzam a um desenvolvimento sustentável e inclusivo. A implementação dessas estratégias será discutida em eventos como o COP16, destacando os desafios das cadeias de valor nas regiões tropicais e seu potencial para transformar a bioeconomia.

A iniciativa em curso é um esforço significativo para alinhar políticas e práticas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, fortalecendo assim uma estrutura de governança bioeconômica que priorize equilibrar necessidades econômicas com a conservação ambiental.


Fonte: https://www.sei.org/features/connecting-biodiversity-climate-change-bioeconomy-cop16-cop30/

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