Economia circular e energia renovável apresentam crescimento robusto e desafios

A economia circular e a energia renovável têm visto um crescimento significativo na pesquisa acadêmica ao longo da última década, especialmente a partir de 2018. Esse aumento pode ser atribuído em grande parte a iniciativas globais de sustentabilidade, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o Acordo de Paris. A pesquisa, utilizando dados do Scopus e ferramentas avançadas como o VOSviewer, sugere que tecnologias renováveis tradicionais, como solar e eólica, ainda dominam as publicações, enquanto áreas emergentes, como o hidrogênio verde e a bioeconomia circular, permanecem subexploradas.

Os principais temas identificados incluem eficiência energética, recuperação de recursos e quadros de políticas, refletindo a natureza interdisciplinar do campo. No entanto, a análise geográfica revela disparidades significativas, com mais de 70% das pesquisas originando-se de países desenvolvidos, como Reino Unido, Espanha, EUA e Itália. Contribuições de regiões em desenvolvimento, como a África e a América do Sul, são mínimas, sinalizando a necessidade de investimentos direcionados em pesquisa e desenvolvimento, bem como colaborações internacionais para preencher lacunas de capacidade e garantir a participação global inclusiva.

A integração de tecnologias digitais emergentes, como inteligência artificial, blockchain e IoT, junto com a exploração dos impactos socioeconômicos das transições de Economia Circular e Energia Renovável, são críticas para avançar nos esforços de sustentabilidade. Os formuladores de políticas devem priorizar quadros regulatórios adaptados e mecanismos financeiros, particularmente em países de baixa renda, para impulsionar a adoção justa dos princípios da economia circular e superar as disparidades existentes.

A análise dos dados destaca a importância da criação de métricas universais para avaliar o desempenho em sustentabilidade, especialmente em tecnologias emergentes como o hidrogênio verde. Colaborações entre organizações internacionais e órgãos nacionais de políticas poderiam acelerar o progresso nessa área, através do desenvolvimento de métricas de sustentabilidade universais para permitir avaliações robustas e comparativas em diversos contextos.

A recuperação de recursos a partir de componentes de energia renovável e a inovação tecnológica são críticas para a redução dos impactos ambientais e promoção da circularidade. Projetos como o reaproveitamento de materiais de turbinas eólicas para aplicações na construção evidenciam o potencial de redução de resíduos e criação de mercados secundários. Contudo, a escalabilidade dessas tecnologias permanece limitada por altos custos e ineficiências, sugerindo a necessidade de ampliar o investimento em P&D.

Além disso, a pesquisa sublinha a urgência de se abordar a integração energética e a eficiência, dado que esforços para melhorar tais aspectos são fundamentais para transitar para uma economia de baixo carbono. Hidrogênio verde, por exemplo, está posicionado para desempenhar um papel transformador na descarbonização de setores difíceis de abater, mas enfrenta desafios relacionados a custos elevados e infraestrutura inadequada. Pesquisas futuras devem concentrar-se em diversificar essas áreas emergentes para alinhar com prioridades globais de descarbonização.

Finalmente, o levantamento destaca o potencial transformador das tecnologias emergentes, como a IA e o blockchain, com projetos pilotos demonstrando melhorias de até 30% na eficiência da recuperação de materiais. As investigações futuras devem focar na aplicação escalável dessas tecnologias para mitigar alterações climáticas, conservar recursos e alcançar metas globais de sustentabilidade.

Fonte: Circular Economy in the Renewable Energy Sector: A Review of Growth Trends, Gaps and Future Directions

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