Países redefinem políticas de bioeconomia para o futuro

Nos últimos anos, tecnologias emergentes, como a biologia sintética e a inteligência artificial, têm sido fundamentais para acelerar o crescimento das bioeconomias ao redor do mundo. Esses avanços estão proporcionando uma transformação sustentável da economia global, com diversos países adotando estratégias de bioeconomia adaptadas aos seus recursos naturais e capacidades tecnológicas.

Países como a Costa Rica estão priorizando o desenvolvimento rural em suas metas de bioeconomia, focando em indústrias primárias como a agricultura, a pesca e a silvicultura. Este enfoque é equilibrado com objetivos de uma bioeconomia avançada e orientada pela tecnologia, incluindo a implementação de cidades construídas com princípios biológicos.

A Malásia desenvolveu um programa abrangente de bioeconomia, enfatizando uma abordagem baseada na biomassa para criar insumos bio de alto valor para diversos setores econômicos, como agricultura, horticultura, produtos químicos, materiais e assistência médica.

Os países nórdicos, que possuem vastos recursos florestais e biomassa marinha, estão direcionando suas políticas de bioeconomia para a produção primária e o uso de tecnologia para bioprospecção e processamento sustentável desses recursos.

Já a África do Sul busca expandir a produção de seu setor agrícola robusto, capitalizando sua rica biodiversidade através de bioprospecção responsável e fortalecendo sua base de conhecimento e tecnologia no domínio da biotecnologia.

Com as rápidas evoluções nas áreas de biologia sintética e inteligência artificial, muitos países estão atualizando suas políticas com um foco impulsionado pela tecnologia. Isso inclui discussões sobre a reutilização de biomassa residual agrícola ou águas residuais urbanas como fertilizantes orgânicos em fazendas.

Assim, o enfoque está mudando da simples conversão de biomassa em alternativas biológicas para a produção de compostos de alto valor, como o esqualeno, anteriormente obtido de tubarões de maneira insustentável, e a transformação de resíduos de papel em precursores de nylon, normalmente derivados de combustíveis fósseis.

Em diversos países, as políticas de bioeconomia agora integram componentes biológicos através de diferentes setores e incorporam metas para economias sustentáveis e circulares. Essas políticas são moldadas por fatores como a dotação única de recursos naturais, competências tecnológicas nas ciências biológicas modernas e as ambições para o futuro.

Existem numerosos fóruns internacionais e multilaterais que estão impulsionando estas discussões, como o Fórum Global de Tecnologia da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Consórcio de Pesquisa em Biologia da Engenharia, o Conselho Global do Futuro do Fórum Econômico Mundial e a Cúpula Global de Bioeconomia.

Países fora dos centros usuais de bioeconomia, como Estados Unidos, China, Reino Unido ou Japão, estão fazendo progressos notáveis em suas estratégias nacionais de bioeconomia. O Brasil e a Argentina, por exemplo, estão avançando significativamente no espaço da bioenergia, explorando novas maneiras de criar produtos de alto valor usando biomassa residual e natural.

Após a pandemia de COVID-19, muitos países tiveram suas fragilidades expostas quanto às cadeias de suprimento e preparação para desastres sanitários. Diversos governos agora evidenciam como uma infraestrutura robusta de bioeconomia teria ajudado ou pode ajudar a construir resiliência na saúde pública e na economia como um todo.

Contudo, essas tecnologias enfrentam desafios não resolvidos, especialmente no que tange ao ambiente regulatório imaturo, padrões da indústria de biomanufatura e escalabilidade. A bioeconomia oferece um modelo promissor que pode ajudar governos a tecer juntos as partes bioderivadas existentes da sua economia com as oportunidades proporcionadas pela tecnologia moderna, como a IA e a biologia sintética. Ao mesmo tempo, ela define uma direção clara e holística para uma transformação sustentável, com cada cidade, país e região contribuindo para um planeta saudável e próspero.


Fonte: https://www.weforum.org/agenda/2024/05/countries-redefining-bioeconomy-for-the-future/

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